Monday, December 29, 2008
No meio de tudo, Super Mario!
Há tempos tô ruim pra postar nisso aqui.
Venho vez ou outra registrar devaneios pesados, chatos, coisas tão subjetivas, tão sei lá...
Ando assim, sem saber articular idéias... Sem construir pensamentos bacanas, e na verdade, acho que tô um saco.
Ando cansando muito por pouco (já que estou de férias dos estudos e de semi-férias do trabalho), neurótica sem motivos, superego em alta, como sempre, mas dessa vez ao máximo... Nem deixo o ID rolar solto, tadinho...
E sabe?
Tô cansada de tudo... Não vejo graça em nada, nem me deprimir consigo. Acho que a cada dia adentro mais a vida adulta, e a simplicidade vai se esvaindo... esvaindo, indo solta que só.
Às vezes trazemos à tona épocas boas à lembrança como um alento, daí o motivo de muita gente ter aquela nostalgia danada ao lembrar da infância - tempo de agir sem preocupações morais.
É tanta censura, não pode, não deve, não põe na boca, não põe, não, não...
... que nos transformamos nesses bichinhos com medo do fogo do inferno, da vida, da morte, de respirar, de sentir tesão ão, é...
Todo mundo fica naquela ânsia de fazer o último post do ano, o balanço de tudo que aconteceu, pô, convenhamos? Eu não gosto de "pôr no papel" os acertos e erros, prefiro o mecanismo do esquecimento... ele funciona comigo, até demais, inclusive... esqueci o que ia dizer. Hum...
Se eu fosse analisar a vida, diria que ela não é toda conseqüência, é também passar pelo imprevisível.
G* não pediria pra morrer antes de conhecer a vida na terra, fazer apenas parte de mais uma lápide.
A vida é estranha.
Sabe o que quero contar dos meus últimos momentos desse ano?
Joguei muito Super Mario World!!!
Voltei àquela vontade pueril de descobrir as fases, brigar com o irmão e o namorado pra jogar de novo depois de "morrer"...
Lembrei dos natais de quando era pequenina, eu e meu irmão ganhamos o Super Nintendo e ganhávamos fitas, eu tinha do Pinóquio, ele do Street Fighter, que saudade!
Emuladores lá são um retorno ao passado, e ajudam a gente ficar bobinho, bobinho!
É o marketing, o mesmo que faz o Papai Noel ser vermelho, e as luzinhas brilharem...
Na verdade, o Natal tá lembrando Jesus Cristo?
O barrigudo tá tomando a cena...
E muitas outras figurinhas. $, oh yeah!
Wednesday, December 10, 2008
Icarus
"Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão..."
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão..."
- Filha, olha, ar puro... Liberdade! Sabia que a moto foi inventada para fazer face ao sonho do homem de voar?
- Pai, você já me disse isso 254 vezes!
- Aí veio o capacete pra atrapalhar... pra prender a gente...
- Poxa, melhor do que estourar o cérebu, né?
- Ah, bastava aquele "protetor" que os ciclistas usam, aquele assim, sabe? Mas voltando, imagina filha, você voando, imagine que fantástico, extraordinário... Percorrer todo o céu!
- Ué, se eu pudesse voar seria normal... "Pai, vou dar uma voadinha com meu namorado", "Eita, essa menina disse que ia voar rapidinho e não voltou até agora", "Desliga esse pc aí mano, vão vuá, pô!"
Saturday, November 08, 2008
Psicose
- Preciso do Sol, o Sol é lindo, eu quero calor, mas não posso, não posso ver o Sol.
- Que manhã linda! Vem ver o Sol! Não quero, aperto os olhos para escurecer o quarto, não quero esse brilho de luz na janela.
Eu tenho medo.
Os prédios parecem grandes demais, quem os fez assim?
Quanta coisa há escrita, que pensam as pessoas?
Os lixeiros carregam o lixo fedido, enquanto eu durmo e me reviro, para lá e para cá, despertando dos muitos pesadelos próprios dos sábados.
Olho os carros, para onde vão?
Há gente fodendo, há gente catando papelão para comer.
Há gente rezando, há gente matando.
Há gente bebendo, há gente negociando.
Há gente nos hospícios (tem lugar para mais um?), há gente pegando as mina nas baladas.
Há gente correndo, há gente doente nos hospitais.
Eu vejo os pais e as crianças no parque, e imagino todos gelados, estáticos, inexistentes. Era uma vez no parque.
Eu penso em meus olhos cansados, no que é o amor que eu não sei o que é. Eu não amo, ninguém ama.
Eu vejo e temo os caras de terno.
Quantas gotas de suor amargo carregam um rio?
Quanta vida há por aí, e quem vale alguma coisa?
Quanta coisa feia,
Quanta estupidez!
É estranho...
Vem aquela vozinha de novo, a vida é boa, aqueles dentes amarelos tímidos, ela é boa sim, pra quem sabe se enganar.
- Que manhã linda! Vem ver o Sol! Não quero, aperto os olhos para escurecer o quarto, não quero esse brilho de luz na janela.
Eu tenho medo.
Os prédios parecem grandes demais, quem os fez assim?
Quanta coisa há escrita, que pensam as pessoas?
Os lixeiros carregam o lixo fedido, enquanto eu durmo e me reviro, para lá e para cá, despertando dos muitos pesadelos próprios dos sábados.
Olho os carros, para onde vão?
Há gente fodendo, há gente catando papelão para comer.
Há gente rezando, há gente matando.
Há gente bebendo, há gente negociando.
Há gente nos hospícios (tem lugar para mais um?), há gente pegando as mina nas baladas.
Há gente correndo, há gente doente nos hospitais.
Eu vejo os pais e as crianças no parque, e imagino todos gelados, estáticos, inexistentes. Era uma vez no parque.
Eu penso em meus olhos cansados, no que é o amor que eu não sei o que é. Eu não amo, ninguém ama.
Eu vejo e temo os caras de terno.
Quantas gotas de suor amargo carregam um rio?
Quanta vida há por aí, e quem vale alguma coisa?
Quanta coisa feia,
Quanta estupidez!
É estranho...
Vem aquela vozinha de novo, a vida é boa, aqueles dentes amarelos tímidos, ela é boa sim, pra quem sabe se enganar.
Saturday, October 11, 2008
Marginal
Sinto-me à margem de minha própria vida.
À margem dos amigos que deixei no passado (e as juras? onde moram agora? num túmulo florido?)
à margem dos amores doentios que me davam prazer, (eles sempre me deixaram à margem, eu já disse uma vez que sou masoquista, não?!)
à margem do meu trabalho, (palavrório, impotência, quem sou eu? um dinheirinho para sobreviver)
à margem de meus estudos (aonde isso vai me levar? queria poder errar menos; viver mais na realidade; sonho em ser uma escritora razoável, algum dia, talvez, mais que isso é ilusão)
à margem da minha família, (mãe, um beijo de café da manhã, amo você, queria ter tempo para dormir entre você e papai... eu ainda tenho medo... papai se pudesse quebraria todos os relógios do tempo, eu sei)
do meu garoto (vejo você como meu Jesus?)
também à margem da religião...
deixei de lado minha vida espiritual, não concordo com a idéia que a Igreja me oferece:
Jesus morreu por você; sofreu por você; foi chicoteado por você; martirizou-se para salvar a você...
E cruzes com sangue... coroa de espinhos.
é muito fácil notar que essa idéia de "liberte-se, você tem um salvador que sofreu por seus pecados" nos torna adoradores do sofrimento alheio.
quem é que não sorri tendo em vista seu bode expiatório? (finalmente, me explicaram o sentido dessa expressão)
acho que volto à velha concepção de que somos bem e mal, e sei que não devo explicar, vocês entendem.
Insensibilidade (essas coisas que escrevemos em dias de revoltas reflexivas)
Lê revistas femininas, enquanto acha graça nesse meu sorriso metálico, e imagina o novo cabelo.
Tem-me flor desabrochada. É seiva de meu lamento.
Está fazendo calor nesse edredon (somos calor!). Mas continue aqui, esconda-se!
Vele o meu sono fingido.
Não sei entender a distância,
preciso de seu aconchego-útero.
Sei bem que você se transforma em mim.
Não falo em androginia (que desespero essa palavra me dá!)
Também não falo propriamente de sexo.
"Não é só isso! Como eu te amo!"
Será Amor?
amor de mãe, sou fetal... fétida!
Uma alma bondosa?
perdoa a Deus por mim. Deus tem piedade?
o sujeito oculto não tem.
O esboço de um pai?
dá-me balinhas e chocolate, sua mãozona para atravessarmos a rua, beija-me a fronte, "meu bebê"...
Um afetado pelo ostracismo?
"Você apagou todo o meu passado... me trouxe ostras coisas, sabia?"
Não fitava-lhe os olhos,
meus olhos eram horizonte embaçado de perguntas.
Deliciava-me ao ver a disparidade entre nossos modos: suas palavras infinitas, meu silêncio de indiferença.
Olhei com medo, meus olhos temiam os dele.
Ele é um estranho para mim ... todos os dias, desde que nos conhecemos.
À margem dos amigos que deixei no passado (e as juras? onde moram agora? num túmulo florido?)
à margem dos amores doentios que me davam prazer, (eles sempre me deixaram à margem, eu já disse uma vez que sou masoquista, não?!)
à margem do meu trabalho, (palavrório, impotência, quem sou eu? um dinheirinho para sobreviver)
à margem de meus estudos (aonde isso vai me levar? queria poder errar menos; viver mais na realidade; sonho em ser uma escritora razoável, algum dia, talvez, mais que isso é ilusão)
à margem da minha família, (mãe, um beijo de café da manhã, amo você, queria ter tempo para dormir entre você e papai... eu ainda tenho medo... papai se pudesse quebraria todos os relógios do tempo, eu sei)
do meu garoto (vejo você como meu Jesus?)
também à margem da religião...
deixei de lado minha vida espiritual, não concordo com a idéia que a Igreja me oferece:
Jesus morreu por você; sofreu por você; foi chicoteado por você; martirizou-se para salvar a você...
E cruzes com sangue... coroa de espinhos.
é muito fácil notar que essa idéia de "liberte-se, você tem um salvador que sofreu por seus pecados" nos torna adoradores do sofrimento alheio.
quem é que não sorri tendo em vista seu bode expiatório? (finalmente, me explicaram o sentido dessa expressão)
acho que volto à velha concepção de que somos bem e mal, e sei que não devo explicar, vocês entendem.
Insensibilidade (essas coisas que escrevemos em dias de revoltas reflexivas)
Lê revistas femininas, enquanto acha graça nesse meu sorriso metálico, e imagina o novo cabelo.
Tem-me flor desabrochada. É seiva de meu lamento.
Está fazendo calor nesse edredon (somos calor!). Mas continue aqui, esconda-se!
Vele o meu sono fingido.
Não sei entender a distância,
preciso de seu aconchego-útero.
Sei bem que você se transforma em mim.
Não falo em androginia (que desespero essa palavra me dá!)
Também não falo propriamente de sexo.
"Não é só isso! Como eu te amo!"
Será Amor?
amor de mãe, sou fetal... fétida!
Uma alma bondosa?
perdoa a Deus por mim. Deus tem piedade?
o sujeito oculto não tem.
O esboço de um pai?
dá-me balinhas e chocolate, sua mãozona para atravessarmos a rua, beija-me a fronte, "meu bebê"...
Um afetado pelo ostracismo?
"Você apagou todo o meu passado... me trouxe ostras coisas, sabia?"
Não fitava-lhe os olhos,
meus olhos eram horizonte embaçado de perguntas.
Deliciava-me ao ver a disparidade entre nossos modos: suas palavras infinitas, meu silêncio de indiferença.
Olhei com medo, meus olhos temiam os dele.
Ele é um estranho para mim ... todos os dias, desde que nos conhecemos.
Saturday, September 20, 2008
Um conto... Aumentado.
Indigente
Vou correr contra o tempo. Não consigo sorrir para esse sofá monótono e inútil. Quero ganhar o asfalto; mal sei atravessar as ruas.
- Mãe, quanto trânsito e poluição! A gente vive trabalhando! Ah, eu queria viver no campo com as vaquinhas!
O espelho retrovisor tenta me comover.
"Por que é que eu preciso ter pena de mim? "
Não sei se combino com o urbanismo. Às vezes tenho vontade de não comer nada, ficar pálida e com olheiras monstruosas: gosto de parecer inacessível. É uma força que faço para que não me incomodem.
"Hã? Hum? Falou comigo?"
"Menina desligada!"
"É, ahn!"
Volto ao momento em que me vi tão desprendida. A calça nova já velha, preta e desbotada, um andar solto, os tênis frouxos. Carrego poucas moedas. É tudo o que tenho.
"Um ladrão passaria reto por mim."
Não tenho nada. Só uma sprite, que pareceu combinar com meu espírito (a propaganda não é cruel). E tenho uma boa alma, ah! Mas isso ninguém rouba. Um ladrão passaria reto por mim. Talvez até zombasse, ora essa! Eu só tinha minhas moedas!
Vi-me assim. Soltei as moedas: dormiram no chão. Sorri para a vida.
"Ah, meu Deus! Essa vida é boa. Eu não entendo nada, não sei de nada, sei só enrolar o tempo. Sei também fingir que sou feliz."
Não havia nada que eu desejasse. Desejar implica desgaste. Eu sabia até aceitar que um dia poderia não mais ter o amor que me move, tanto amor já me moveu... morreu. Eu sei rir. Sou feliz com minhas moedas. Sei gozar com devaneios. E não preciso de um outro ser. Sei viver como um vagabundo na calçada. Gosto de chorar mágoas vendo o Sol nascer. A vida é bonita, para quem sabe se enganar. O homem dos papéis, todo sujo, todo riso... Riso que corta, riso que me cortou. Riso que me diz:
- A vida é boa, menina!
Riso que conforta-se. E conserva vida.
"A vida é boa!"
Meu sorriso é todo lágrimas. A vida é injusta com esse homem.
Nunca vou me esquecer daquele riso.
Vou correr contra o tempo. Não consigo sorrir para esse sofá monótono e inútil. Quero ganhar o asfalto; mal sei atravessar as ruas.
- Mãe, quanto trânsito e poluição! A gente vive trabalhando! Ah, eu queria viver no campo com as vaquinhas!
O espelho retrovisor tenta me comover.
"Por que é que eu preciso ter pena de mim? "
Não sei se combino com o urbanismo. Às vezes tenho vontade de não comer nada, ficar pálida e com olheiras monstruosas: gosto de parecer inacessível. É uma força que faço para que não me incomodem.
"Hã? Hum? Falou comigo?"
"Menina desligada!"
"É, ahn!"
Volto ao momento em que me vi tão desprendida. A calça nova já velha, preta e desbotada, um andar solto, os tênis frouxos. Carrego poucas moedas. É tudo o que tenho.
"Um ladrão passaria reto por mim."
Não tenho nada. Só uma sprite, que pareceu combinar com meu espírito (a propaganda não é cruel). E tenho uma boa alma, ah! Mas isso ninguém rouba. Um ladrão passaria reto por mim. Talvez até zombasse, ora essa! Eu só tinha minhas moedas!
Vi-me assim. Soltei as moedas: dormiram no chão. Sorri para a vida.
"Ah, meu Deus! Essa vida é boa. Eu não entendo nada, não sei de nada, sei só enrolar o tempo. Sei também fingir que sou feliz."
Não havia nada que eu desejasse. Desejar implica desgaste. Eu sabia até aceitar que um dia poderia não mais ter o amor que me move, tanto amor já me moveu... morreu. Eu sei rir. Sou feliz com minhas moedas. Sei gozar com devaneios. E não preciso de um outro ser. Sei viver como um vagabundo na calçada. Gosto de chorar mágoas vendo o Sol nascer. A vida é bonita, para quem sabe se enganar. O homem dos papéis, todo sujo, todo riso... Riso que corta, riso que me cortou. Riso que me diz:
- A vida é boa, menina!
Riso que conforta-se. E conserva vida.
"A vida é boa!"
Meu sorriso é todo lágrimas. A vida é injusta com esse homem.
Nunca vou me esquecer daquele riso.
Friday, August 15, 2008
Egoísmo
Eu perdi a vontade de escrever.
A literatura canaliza meus encantos! Ah, bons encantos.
Mas não sei, acho tudo que nos acontece muito particular; talvez não carregue consigo muito ensinamento ou simples que seja, partícula de entretenimento. Tudo que vivencio, é meu. A empatia existe, somos semelhantes. Mas quem é que se realiza na vitória do outro?
Confesso que me acho egoísta, sempre egoísta. Uma palavra mordaz me fere até os ossos, mas sinto um prazer obscuro quando sei que, por exemplo, alguém sofre por mim.
Mas quem sofre por mim?
Logo eu, tão desinteressante.
Tão lesada.
Tão distante de tudo.
"Tão depressiva", como os idiotas que "não me conhecem" ainda dizem por aí.
Mas não me importo tanto. Encontrei alguém que me preenche. Queria que ele fosse capaz também (mas que abuso!) de enegrecer o passado que ainda me oferece os pesadelos que de tão dolorosos porém belos, são quase sonhos.
Ontem ainda, eu chorei. "Era cedo", deu tempo de entrar na igreja para orar. O padre, que conheci em faces mais vermelhas e sorrisos largos, caminhou sério até a capelinha e conduziu o símbolo sagrado de Jesus pelo vasto espaço da igreja; esperei um sorriso, mas ele levava o Senhor com uma seriedade que declarava respeito. Fui ganhando a parte externa da igreja, seguindo devagar pela praça, chorando por uma alegria que não compreendi.
Na verdade, pensava nas desigualdades, porque via o sofrimento de uma pessoa que caminhava com dificuldade, enquanto minhas pernas faziam um movimento fácil, melhorado pela calça legging. Olhava para o céu e chorava. E conversava, conversava com Deus. E chorava, mas sorria como quem entende algo com emoção. Considerava que o corpo, essa frágil "estrutura" que vai ser consumida por vermes não é nada perto do eterno, da abstração dos céus, do amor que movimenta a vida. Porque desenfreadamente fazemos amor, somos amor, vivemos por amor (mexicano isso, não?).
Sou oceano de mágoas quando lembro daquela paixão que não pôde ser. Ainda dói, dói em cada fio de cabelo, dói em cada unha esmaltada. Dói. Porque não aprendi a aceitar que há alguém além de mim.
Sou quase nada.
E não posso esquecer, sou egoísta.
A literatura canaliza meus encantos! Ah, bons encantos.
Mas não sei, acho tudo que nos acontece muito particular; talvez não carregue consigo muito ensinamento ou simples que seja, partícula de entretenimento. Tudo que vivencio, é meu. A empatia existe, somos semelhantes. Mas quem é que se realiza na vitória do outro?
Confesso que me acho egoísta, sempre egoísta. Uma palavra mordaz me fere até os ossos, mas sinto um prazer obscuro quando sei que, por exemplo, alguém sofre por mim.
Mas quem sofre por mim?
Logo eu, tão desinteressante.
Tão lesada.
Tão distante de tudo.
"Tão depressiva", como os idiotas que "não me conhecem" ainda dizem por aí.
Mas não me importo tanto. Encontrei alguém que me preenche. Queria que ele fosse capaz também (mas que abuso!) de enegrecer o passado que ainda me oferece os pesadelos que de tão dolorosos porém belos, são quase sonhos.
Ontem ainda, eu chorei. "Era cedo", deu tempo de entrar na igreja para orar. O padre, que conheci em faces mais vermelhas e sorrisos largos, caminhou sério até a capelinha e conduziu o símbolo sagrado de Jesus pelo vasto espaço da igreja; esperei um sorriso, mas ele levava o Senhor com uma seriedade que declarava respeito. Fui ganhando a parte externa da igreja, seguindo devagar pela praça, chorando por uma alegria que não compreendi.
Na verdade, pensava nas desigualdades, porque via o sofrimento de uma pessoa que caminhava com dificuldade, enquanto minhas pernas faziam um movimento fácil, melhorado pela calça legging. Olhava para o céu e chorava. E conversava, conversava com Deus. E chorava, mas sorria como quem entende algo com emoção. Considerava que o corpo, essa frágil "estrutura" que vai ser consumida por vermes não é nada perto do eterno, da abstração dos céus, do amor que movimenta a vida. Porque desenfreadamente fazemos amor, somos amor, vivemos por amor (mexicano isso, não?).
Sou oceano de mágoas quando lembro daquela paixão que não pôde ser. Ainda dói, dói em cada fio de cabelo, dói em cada unha esmaltada. Dói. Porque não aprendi a aceitar que há alguém além de mim.
Sou quase nada.
E não posso esquecer, sou egoísta.
Sunday, August 10, 2008
Rosa póstuma
Sunday, July 27, 2008
- Esse pirata é bicha!
- Ah, pai, tenha dó! Ele é um sonho de homem. Olha que charme! Deus queira me dar um desses um dia!
Não, não pretendo escrever sobre o Jack S., nem dizer que o Depp é um ator que me atrai, não, nada disso, isso é muito óbvio. E já virou clichêzão de gente que se acha excêntrica (como eu! hahaha).
Pretendo sim, dessa vez, não me entregar àquela minha peculiar digressão sem fim. Bem, o assunto também não é o homossexualismo em si.
Na verdade, o que quero dizer é fruto de tempos de observações, sem respostas tão concretas. Vocês talvez possam me ajudar.
Sabem aquelas pessoas que geralmente são tachadas de gays, mas na real não o são?
Eu explico melhor: Homens mais delicados, instrospectivos, inspirados, expressivos, charmosos, educados, gentis...
Geralmente, as mulheres têm o ideal masculino associado àquela figura de "machão" - cafajeste, estúpido, sem tanta emoção. Podem não concordar, mas eu confesso que já me interessei por muitos caras assim, e não sei bem o porquê. Seria talvez masoquismo?
Naquela mesma feira que comentei no post passado, estava eu sentadinha numa mesa, enquanto o movimento era fraco, fim de dia...
E de repente veio um cara bêbado pra dedéu papear e desfilar as besteiras mais imundas do mundo. Tudo bem que eu dei corda, deixei ele contar as histórias dele, e até bebi uma cervejinha com ele (e tenho nojo só de lembrar que o fiz). Ele colocava as mulheres como objeto sexual, contava coisas deploráveis, e o meu sangue ia subindo. Poxa, eu detesto cara que se acha o fodão...
E eu gosto muito de entender os sentimentos das pessoas. Aquele homem em questão, era um bicho. Eu retrucava muitas coisas, tentava ver se ele esboçava alguma reação, se abria um arco-íris naquele coração de pedra (sim, isso sim foi gay, hein?). Mas nada. Pra ele, mulher é mato, representa "noite", fim. Pior que é casado, e vai ter uma filha, mulher. Tenho vergonha de publicar o que ele dizia, mas, em suma, não tangia nenhuma fraçãozinha de respeito ao universo feminino. E ainda dizia: "Mulher gosta disso. Mulher gosta de levar chute. Você pode dizer que não, mas gosta, gosta, gosta de sofrer."
Gente, isso tem um quezinho que seja de verdade? Digam-me, por favor. Agora eu me pergunto: por que ninguém quer o cara bonzinho, que abre a porta do carro, dá flores, liga, dá carinho?
Tá, algumas coisas dessas eu acho meio bregas, mas mesmo assim...
É mais bonito um cara que cospe na sarjeta, recita palavrões e chama sua irmã mais velha de gostosa?
Ainda não cheguei onde queria.
A questão é: os meninos que escrevem poesia, tocam violino, fazem ballet e têm características que são notáveis em meninas, carregam consigo, embora não determinante, uma pré-disposição ao homossexualismo?
Há, psicologicamente falando, várias vias de pensamento que propõem explicações. Principalmente às psicólogas, pergunto, o que vocês acham?
Eu achei um texto esquisito demais sobre "Neurose Homossexual". Isso realmente ecziste? Texto mais tresloucado que vi.
Tenho dúvidas sobre a veracidade de tal.
Cita até Oscar Wilde e o malefício a ele causado pelo seu amante. É, não sei muito da biografia do mano aí, mas gosto muito da Balada do Cárcere de Reading. "O homem sempre mata a coisa amada."(???)
O tal texto comentado por uma outra pessoa , leiam.
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Sobre a cirurgia
Foi a coisa mais tranqüila do mundo. O meu cirurgião foi um amor de pessoa, e profissional muito competente. Não senti dor nenhuma, só pressão! hahaha
E enquanto corria meu sangue pela boca, eu viajava em umas coisas. Mas não vou contar sobre o que pensava! Só d. Rita sabe!
Digamos que eu percorria mentalmente o início, a manutenção e o fim da vida... Desprendida de valores morais.
Foi muito legal. E minha recuperação também está sendo muito boa. Sem dores, nem os horrores que as pessoas dizem ter. Eu precisava evitar a fala, mas eu consigo? E rir então? Hahahahahahaha, eu ria muito.
- Mãe! Hahahahahahahahahhahhahahahaha
- Hum, você tá rindo porque não passou a anestesia ainda, né?
- Hahahahahahahhahahaa, exatamente por isso! Disseram que quando passa dá sensação de morte! Tô esperando! Hahahahahahahahhahahahahaha
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Sobre o sêlo
Ganhei mais um sêlo da Carol. Que fofa!
E adoooorei, Diva! Hahahaha.
d. Rita ... Que construiu comigo um outro significado pra Diva (um dia eu conto)
&
Candy, que parece ter uma personalidade forte, e imagino que seja uma bela mulher.
E meu sincero agradecimento a Carol pelo carinho!
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Até a próxima.
Monday, July 21, 2008
És belo, és belo!
Ah, e tanto eu teria a dizer!
Da maravilha que é a vida renovando-se...
As folhas das árvores caindo cansadas ao chão, ou uma nova flor se abrindo a embelezar o jardim fresco.
Meu irmão completou 17 anos no mesmo dia em que Dercy nos deu adeus... Ah, e eu que pensei que ela era uma vampira imortal!
Eu podia também contar com um risinho nos lábios como estou alegre por ter com quem dividir meus pensamentos mais malucos e fisolóficos, e ainda ter carinho e atenção. Oouuun. Milagres acontecem!
Mas meu lado reflexivo de cérebro (?) me cobra dizer com mais delongas sobre algo que me ocorreu dia desses...
Numa feira de empresas, onde há só caras-xaropes-de-terno-empresários, eu conheci uma pessoa diferente. É! Eu trabalhei nessa coisa doida, e precisava abordar as pessoas, conversar um pouco. E tive um diálogo bacana com um cara de cabelos e barba enormes (adõõõõro! huahahaah), mas ok! Já parecia ter uma idade um tanto avançada, eu não tinha segundas intenções.
Enfim, ele é um artista plástico, gosta de poesia, quase publicou um livro. Ahhh! Eu me encanto com essas coisas. Comecei a dizer que também sempre fui apaixonada por arte. E pronto: divagações sem parar; disse ele que muitos o discriminam pela aparência! Expliquei que de longe observo pessoas como ele; e já posso premeditar que há nelas algo mais intenso, intimista. Uma pessoa que geralmente não valoriza tanto a sua carcaça mortal, tem mais chance de ser rica na essência. Eu disse ainda que era bom falar com ele, que nossos pensamentos se assemelhavam e muito. Só houve algo que não entendi do tal homem...
Uma tesouradinha às vezes faz bem! Sim? Pode andar descalço na chuva (ele disse que o faz), deixar o cabelo crescer, usar calça rasgada... Mas poxa, uma aparadinha de leve nos cabelos e barba, um perfuminho pra ficar cheiroso, por que não? Qual a filosofia da falta de higiene? Ahn, deixa pra lá. O que importa é que ele tem uma mente bela, e tenho certeza que as obras também são; achei interessante ele contar que fez uma escultura de tijolo, e a utilizou como apelo social, explico - falas dele:
- O tijolo estava na caçamba. Eu o resgatei, dei carinho, o lapidei e ele virou arte. Assim pode ser com as crianças carentes; uma família pode conceber a idéia de trazer alguém para casa - amar, cuidar e ajudar no seu desenvolvimento, para que o ser possa ter uma vida digna.
Oh Deus, se todas as pessoas desse mundo fossem dotadas dessa sensibilidade, ah! Nós teríamos um mundo melhor.
Mudando da água pro vinho...
Já pensaram em como os cirurgiões devem ter um lado sádico?! rs
Tá, estive pensando nisso porque amanhã vou tirar os meus quatro dentes do siso...
Abate x4 ... Juízo -4
Peço que rezem por mim...
Eu espero sobreviver!
E espero também que o meu adorável cirurgião-dentista não tenha ataques de sadismo e queira todo o sangue do meu corpo. Ok! Huahhahuahuhaua.
Beijos, boa semana.
Saturday, July 12, 2008
Visão
"[...] Tinha esse costume; achava sempre nos sucessos do dia anterior algum fato, algum dito, alguma nota que lhe fazia bem. Aí é que o espírito se demorava; [...] Se não havia sucesso nenhum desses, - ou se os havia só contrários, nem por isso as sensações eram desconfortáveis; bastava-lhe o sabor de alguma palavra que ele mesmo houvesse dito, - de algum gesto que fizesse, a contemplação subjetiva, o gosto de ter sentido viver, - para que a véspera não fosse um dia perdido."
(Quincas Borba)
Quincas Borba - de Machado, é um livro incrível.
Eu o ganhei em março, e ainda não cheguei nem na metade.
Destaco todos os trechos que me causam impacto, leio várias e várias vezes e depois fico meditando.
Não me importo se demorar anos nessa leitura.
Vou seguindo na lentidão peculiar dele.
O trecho citado fez-me refletir acerca do nosso "olhar".
A imagem é uma foto que tirei sem nenhuma razão, até mesmo porque não sou fotógrafa. Mas a achei tão bela...
Vejo nossos olhos como instrumentos extremamente versáteis e introspectivos.
Todos precisamos projetá-los na direção de seu incremento.
Um olhar fixo, apenas um olhar, não tem significado.
Os olhos da cara, vêem a realidade do coração.
O interno tanto define quanto deforma o externo.
Aquele sorriso, aquilo tudo ainda está em mim...
Tenho medo.
Queria viver do despreparo, do descuido.
Deixei assim...
Sem saber.
Na espera.
Mas isso ainda que doce, é agonizante.
A decepção pode vir como machado (substantivo comum! rs)
(Agora que notei que daria pra fazer um trocadilho com decepcionar e decepar, ¬¬)
=\ ... Que sentimento mais estranho!
P.S.: Eu ganhei um selito da Carol.
Como foi meu primeiro, e não estou habituada ainda à vida ativa de blogar, vai ficar ali do ladinho, e vai ser só meeeeu, meuuu. :)
Obrigada Carol!
(Quincas Borba)
Quincas Borba - de Machado, é um livro incrível.
Eu o ganhei em março, e ainda não cheguei nem na metade.
Destaco todos os trechos que me causam impacto, leio várias e várias vezes e depois fico meditando.
Não me importo se demorar anos nessa leitura.
Vou seguindo na lentidão peculiar dele.
O trecho citado fez-me refletir acerca do nosso "olhar".
A imagem é uma foto que tirei sem nenhuma razão, até mesmo porque não sou fotógrafa. Mas a achei tão bela...
Vejo nossos olhos como instrumentos extremamente versáteis e introspectivos.
Todos precisamos projetá-los na direção de seu incremento.
Um olhar fixo, apenas um olhar, não tem significado.
Os olhos da cara, vêem a realidade do coração.
O interno tanto define quanto deforma o externo.
Aquele sorriso, aquilo tudo ainda está em mim...
Tenho medo.
Queria viver do despreparo, do descuido.
Deixei assim...
Sem saber.
Na espera.
Mas isso ainda que doce, é agonizante.
A decepção pode vir como machado (substantivo comum! rs)
(Agora que notei que daria pra fazer um trocadilho com decepcionar e decepar, ¬¬)
=\ ... Que sentimento mais estranho!
P.S.: Eu ganhei um selito da Carol.
Como foi meu primeiro, e não estou habituada ainda à vida ativa de blogar, vai ficar ali do ladinho, e vai ser só meeeeu, meuuu. :)
Obrigada Carol!
Tuesday, July 08, 2008
Sentimento BOM!
"Não sei andar sozinho por essas ruas
Sei do perigo que nos rodeia pelos caminhos
Não há sinal de sol, mas tudo me acalma
No seu olhar.
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo do seu abraço que me incendeia
Sei do perigo que nos rodeia pelos caminhos
Não há sinal de sol, mas tudo me acalma
No seu olhar.
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo do seu abraço que me incendeia
Não há sinal de cais, mas tudo me acalma no seu olhar.
Você parece comigo
Nenhum senhor lhe acompanha
Você também, se dá um beijo, dá abrigo.
Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também, se dá um beijo, dá abrigo
Se dá um riso, dá um tiro."
(CRUZADA - prefiro na voz do titio Gessy)
E quando tudo parece perdido, surge uma nova luz.
Eu sei que meu coração se encheu novamente de alegria.
Há uma força muito grande, um esplendor, que agora prefiro chamar de Deus.
E estive no amor Dele, vivendo três dias em "confinamento"; a conhecer e aprender a amar as pessoas, cada qual com seu jeitinho; a buscar só a paz e a pureza, expulsando o que foi ruim.
Danças, horários, ensinamentos, sorrisos, palavras, amizades, verdades, incertezas e fé.
Sinto-me leve como uma pluma.
Não frágil.
Só leve!
Não me importo por não ter levado mais de você!
Nenhum senhor lhe acompanha
Você também, se dá um beijo, dá abrigo.
Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também, se dá um beijo, dá abrigo
Se dá um riso, dá um tiro."
(CRUZADA - prefiro na voz do titio Gessy)
E quando tudo parece perdido, surge uma nova luz.
Eu sei que meu coração se encheu novamente de alegria.
Há uma força muito grande, um esplendor, que agora prefiro chamar de Deus.
E estive no amor Dele, vivendo três dias em "confinamento"; a conhecer e aprender a amar as pessoas, cada qual com seu jeitinho; a buscar só a paz e a pureza, expulsando o que foi ruim.
Danças, horários, ensinamentos, sorrisos, palavras, amizades, verdades, incertezas e fé.
Sinto-me leve como uma pluma.
Não frágil.
Só leve!
Não me importo por não ter levado mais de você!
Não queria aprisionar as coisas assim...
Que livre seja... dentro e fora de mim.
(Embobada, digo encantada, sem medo do porvir!)
(
P.S.: Ah! Esqueci de contar do melhor do dia.
Quando acordei comecei a cantarolar uma música de uns caras doidinhos; a música diz assim: "Eu prefiro ser esbofeteado por um canguru, a ter que ir ao trabalho...", mais ou menos isso!
Minha mãe e meu irmão riram muito, muito, muito de mim!
Quando acordei comecei a cantarolar uma música de uns caras doidinhos; a música diz assim: "Eu prefiro ser esbofeteado por um canguru, a ter que ir ao trabalho...", mais ou menos isso!
Minha mãe e meu irmão riram muito, muito, muito de mim!
P.S.2: (não é videogame! ¬¬) Tirei raio Cheese do tórax, pulmão limpinho,tudo maravilha.
Tossinha apenas alérgica, vida longa ainda.
Na sala de Raio Cheese com um moço altão:
- Você pode tirar seu sutiã atrás da porta!
- AHÁ, eu tô de top, sua cantada não funcionou!
Sim, vocês sabem, é que não se pode ter nada de metal ao fazer esses exames bacanas!
P.S.3:Ah, e meu irmão disse que sou igual a Juma! ¬¬ ... Aquela do Pantanal!
Eu mereço?
E quando eu era pequenina, meu pai me chamava de Juminha! =\
Eu nem sou tão brava assim, OOOOOONÇA!
Sem mais PS's :)
Sem mais PS's :)
Beijos
Sunday, July 06, 2008
O AMOR!
Sinto-me amada.
Hoje, sinto que eu sou diferente.
Sei que a cada dia nos transformamos, como já dizia o filósofo, tudo flui. E ainda: "'Não entramos duas vezes no mesmo rio'. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos."
Tive provas de amor (Divino)...
Eu queria explicar melhor os momentos que tive nos últimos dias, mas quero antes organizar algumas imagens, e uns pensamentos mais elaborados, para poder fazer um post à altura de tudo aquilo que me trouxe a harmonia em que me encontro.
Senti-me amada, ainda outro dia, quando vi o post de uma amiga (aquela que iniciou o blog "secreto" comigo).
Aquilo foi como um afago...
Uma demonstração incondicional de amor!
Ela dizia:
"Quando me sinto assim, só uma pessoa consegue me entender, a Rafa, sinto falta do colo dela, da atenção, escrevi isso tudo pensando nela e de repente a Leka entra aqui, com a mãozinha fechada e diz: "Táta, adivinha o que eu achei?", como não ando um poço de paciência disse estupidamente: "Ixii, que foi agora, Letícia?", quando ela abriu a mãozinha, visivelmente decepcionada com a minha reação, ali estava uma foto 3 x 4 da Rafa, que eu peguei no 1º ano, me lembro de zoar dessa foto por ela estar de cabelo molhado e quase transparente de tão branca, não sei porque, mas senti vontade de chorar e é o que faço agora, mesmo sabendo que ultimamente lágrimas não estão mais aliviando...
Acho que escrevi demais e sei lá se alguém vai entender... tudo bem, se nem eu mesma ando entendendo, não posso cobrar isso dos outros..."
O amor...
Eu tenho um sentimento tão forte pela minha vovó materna...
Após fazer cirurgia em um olho (não sei ao certo o que era, só sei que agora ela enxerga até os quilinhos a mais que meu irmão ganha! hihi), ela passou alguns dias em casa. Como diz minha mãe, "ela não é lá uma mulher de ficar mostrando o que sente, nunca construiu grandes amizades, só tem afeto de fato pela família, esse que ela insiste em demonstrar com sofrimento."
Por isso digo, ela é a culpada por haver um gene de draaaama implantado no meu cérebro! hehe, brincadeira!
Com toda certeza, não é pela dor que se prova o seu sentimento, mas pelo carinho e acolhimento cotidianos. Mas tadinha, acho que antigamente os pais não conversavam sobre essas coisas com os filhos.
Sinto que ela não sabe onde colocar esse amor, da mesma maneira que eu fico toda sem jeito ao dar um presente de aniversário a alguém...
Parecia um ato reverso maternal todos os dias, do meu jeito estabanado, no caso, mais concentrado, pingar três colírios no olhinho dela, lembrando sempre a seqüência: "É vó, agora é o still, péra 5 minutinhos que já volto pra pingar aquele mais leitoso!"
E a gente dividindo o mesmo quarto, as tosses! cof cof,cof!
" (Semi-acordada) - Vó, não tosse não, senão eu vou ficar tossindo também, poxa!"
O xarope dela que eu tomava na esperança da cura da minha tosse que está me testando há quase 1 mês!
Ahhhh minha avó!
Houve um tempo em que eu nem dormia a noite, por medo de perdê-la.
Só isso...
Medo...
Medo da fragilidade que as rugas desenham...
Medo por não haver quarta idade...
Medo porque eu a amo...
E sei que ela me ama e muito...
Minha referência...
A viúva do meu vovô tãããããoo especial na minha vida...
É, meu vovô!
A minha avó...
A senhora que geralmente diz nas conversas: "é ... é... CEEEEEERTEZA" ... palavras simples e receptivas... Palavras simples e acolhedoras...
Minha vovó!
Eu tenho uma dor enorme no peito só de pensar que um dia posso perdê-la!
Medo, só medo, medo cru;
Por amor...
Este som me faz lembrar dela, me emociona, e me carrega pra intimidade da minha infância, e da construção do meu viver:
Assim, digo o meu até mais...
E em sua vida, como se dão as manifestações de amor?
Vou dormir...
Quero insights...
Quero amor!
AHHHHHHHHHH!
E assim, cheia de amor, vou até amar meu travesseiro!
Nãão, nããoo, nada de parafilia!
Vá dormir e chega de bobagem dona Rafaela! :B
Hoje, sinto que eu sou diferente.
Sei que a cada dia nos transformamos, como já dizia o filósofo, tudo flui. E ainda: "'Não entramos duas vezes no mesmo rio'. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos."
Tive provas de amor (Divino)...
Eu queria explicar melhor os momentos que tive nos últimos dias, mas quero antes organizar algumas imagens, e uns pensamentos mais elaborados, para poder fazer um post à altura de tudo aquilo que me trouxe a harmonia em que me encontro.
Senti-me amada, ainda outro dia, quando vi o post de uma amiga (aquela que iniciou o blog "secreto" comigo).
Aquilo foi como um afago...
Uma demonstração incondicional de amor!
Ela dizia:
"Quando me sinto assim, só uma pessoa consegue me entender, a Rafa, sinto falta do colo dela, da atenção, escrevi isso tudo pensando nela e de repente a Leka entra aqui, com a mãozinha fechada e diz: "Táta, adivinha o que eu achei?", como não ando um poço de paciência disse estupidamente: "Ixii, que foi agora, Letícia?", quando ela abriu a mãozinha, visivelmente decepcionada com a minha reação, ali estava uma foto 3 x 4 da Rafa, que eu peguei no 1º ano, me lembro de zoar dessa foto por ela estar de cabelo molhado e quase transparente de tão branca, não sei porque, mas senti vontade de chorar e é o que faço agora, mesmo sabendo que ultimamente lágrimas não estão mais aliviando...
Acho que escrevi demais e sei lá se alguém vai entender... tudo bem, se nem eu mesma ando entendendo, não posso cobrar isso dos outros..."
O amor...
Eu tenho um sentimento tão forte pela minha vovó materna...
Após fazer cirurgia em um olho (não sei ao certo o que era, só sei que agora ela enxerga até os quilinhos a mais que meu irmão ganha! hihi), ela passou alguns dias em casa. Como diz minha mãe, "ela não é lá uma mulher de ficar mostrando o que sente, nunca construiu grandes amizades, só tem afeto de fato pela família, esse que ela insiste em demonstrar com sofrimento."
Por isso digo, ela é a culpada por haver um gene de draaaama implantado no meu cérebro! hehe, brincadeira!
Com toda certeza, não é pela dor que se prova o seu sentimento, mas pelo carinho e acolhimento cotidianos. Mas tadinha, acho que antigamente os pais não conversavam sobre essas coisas com os filhos.
Sinto que ela não sabe onde colocar esse amor, da mesma maneira que eu fico toda sem jeito ao dar um presente de aniversário a alguém...
Parecia um ato reverso maternal todos os dias, do meu jeito estabanado, no caso, mais concentrado, pingar três colírios no olhinho dela, lembrando sempre a seqüência: "É vó, agora é o still, péra 5 minutinhos que já volto pra pingar aquele mais leitoso!"
E a gente dividindo o mesmo quarto, as tosses! cof cof,cof!
" (Semi-acordada) - Vó, não tosse não, senão eu vou ficar tossindo também, poxa!"
O xarope dela que eu tomava na esperança da cura da minha tosse que está me testando há quase 1 mês!
Ahhhh minha avó!
Houve um tempo em que eu nem dormia a noite, por medo de perdê-la.
Só isso...
Medo...
Medo da fragilidade que as rugas desenham...
Medo por não haver quarta idade...
Medo porque eu a amo...
E sei que ela me ama e muito...
Minha referência...
A viúva do meu vovô tãããããoo especial na minha vida...
É, meu vovô!
A minha avó...
A senhora que geralmente diz nas conversas: "é ... é... CEEEEEERTEZA" ... palavras simples e receptivas... Palavras simples e acolhedoras...
Minha vovó!
Eu tenho uma dor enorme no peito só de pensar que um dia posso perdê-la!
Medo, só medo, medo cru;
Por amor...
Este som me faz lembrar dela, me emociona, e me carrega pra intimidade da minha infância, e da construção do meu viver:
Assim, digo o meu até mais...
E em sua vida, como se dão as manifestações de amor?
Vou dormir...
Quero insights...
Quero amor!
AHHHHHHHHHH!
E assim, cheia de amor, vou até amar meu travesseiro!
Nãão, nããoo, nada de parafilia!
Vá dormir e chega de bobagem dona Rafaela! :B
Saturday, May 10, 2008
Pois é!
Há que se repetir: "O homem é o lobo do homem."
Chega o sábado, quase cortando... Trazendo o sono, o descanso que cansa, e as mágoas estampadas nos sonhos (sonhos?!) da noite.
Antes disso ainda, uma bomba, que explode em dúvidas. Como em uma atrocidade; como o "caso Isabella".
Vilão, inocente? Este último não, pelo menos em meu sentido aguçado. Mas de que importância tem o que sinto? Nunca teve. E pra quê vou generalizar? Nunca se sabe. E isso é que divide.
Eu espero que Deus A guie... A acalme, e que mostre a sua verdade.
Mas a cada dia me decepciona os sentimentos destrutivos que as pessoas carregam.
Isso me deixa sem vontade de confiar nas pessoas, em um futuro de paz!
Ah, Ami, eu quero pelas menos minhas setecentas medidas... Será que assim posso ir no seu disco voador?!
Os pré-requisitos a uma vida digna são falhos... Não nos tornam realmente humanos.
É uma vergonha! Uma vergonha! Uma vergonha sem escrúpulos!
Eu concordo com o Zeca: "É mais fácil cultuar os mortos que os vivos..."
E pra combinar com minha obscuridão mental, mais um pouco de literatura das trevas! ahahhahahhha
O CEMITÉRIO
Pelas ruas de túmulos, fomos calados. Eu olhava
vagamente aquela multidão de sepulturas, que trepavam,
tocavam-se, lutavam por espaço, na estreiteza da vaga e
nas encostas das colinas aos lados. Algumas pareciam se
olhar com afeto, roçando-se amigavelmente; em outras,
transparecia a repugnância de estarem juntas. Havia
solicitações incompreensíveis e também repulsões e
antipatias; havia túmulos arrogantes, imponentes, vaidosos
e pobres e humildes; e, em todos, ressumava o esforço
extraordinário para escapar ao nivelamento da morte, ao
apagamento que ela traz às condições e às fortunas.
Amontoavam-se esculturas de mármore, vasos, cruzes e
inscrições; iam além; erguiam pirâmides de pedra tosca,
faziam caramanchéis extravagantes, imaginavam
complicações de matos e plantas - coisas brancas e
delirantes, de um mau gosto que irritava. As inscrições
exuberavam; longas, cheias de nomes, sobrenomes e
datas, não nos traziam à lembrança nem um nome ilustre
sequer; em vão procurei ler nelas celebridades,
notabilidades mortas; não as encontrei. E de tal modo a
nossa sociedade nos marca um tão profundo ponto, que até
ali, naquele campo de mortos, mudo laboratório de
decomposição, tive uma imagem dela, feita
inconscientemente de um propósito, firmemente desenhada
por aquele acesso de túmulos pobres e ricos, grotescos e
nobres, de mármore e pedra, cobrindo vulgaridades iguais
umas às outras por força estranha às suas vontades, a
lutar...
Fomos indo. A carreta, empunhada pelas mãos profissionais
dos empregados, ia dobrando as alamedas, tomando ruas,
até que chegou à boca do soturno buraco, por onde se via
fugir, para sempre do nosso olhar, a humildade e a tristeza
do contínuo da Secretaria dos Cultos.
Antes que lá chegássemos, porém, detive-me um pouco
num túmulo de límpidos mármores, ajeitados em capela
gótica, com anjos e cruzes que a rematavam
pretensiosamente.
Nos cantos da lápide, vasos com flores de biscuit e, debaixo
de um vidro, à nívea altura da base da capelinha, em meio
corpo, o retrato da morta que o túmulo engolira. Como se
estivesse na Rua do Ouvidor, não pude suster um
pensamento mau e quase exclamei:
— Bela mulher!
Estive a ver a fotografia e logo em seguida me veio à mente
que aqueles olhos, que aquela boca provocadora de beijos,
que aqueles seios túmidos, tentadores de longos contatos
carnais, estariam àquela hora reduzidos a uma pasta
fedorenta, debaixo de uma porção de terra embebida de
gordura.
Que resultados teve a sua beleza na terra? Que coisas
eternas criaram os homens que ela inspirou? Nada, ou
talvez outros homens, para morrer e sofrer. Não passou
disso, tudo mais se perdeu; tudo mais não teve existência,
nem mesmo para ela e para os seus amados; foi breve,
instantâneo, e fugaz.
Abalei-me! Eu que dizia a todo o mundo que amava a vida,
eu que afirmava a minha admiração pelas coisas da
sociedade - eu meditar como um cientista profeta hebraico!
Era estranho! Remanescente de noções que se me
infiltraram e cuja entrada em mim mesmo eu não
percebera! Quem pode fugir a elas?
Continuando a andar, adivinhei as mãos da mulher,
diáfanas e de dedos longos; compus o seu busto ereto e
cheio, a cintura, os quadris, o pescoço, esguio e modelado,
as espáduas brancas, o rosto sereno e iluminado por um
par de olhos indefinidos de tristeza e desejos...
Já não era mais o retrato da mulher do túmulo; era de
uma, viva, que me falava.
Com que surpresa, verifiquei isso.
Pois eu, que vivia desde os dezesseis anos,
despreocupadamente, passando pelos meus olhos, na Rua
do Ouvidor, todos os figurinos dos jornais de modas, eu me
impressionar por aquela menina do cemitério! Era curioso.
E, por mais que procurasse explicar, não pude.
(Lima Barreto)
Há que se repetir: "O homem é o lobo do homem."
Chega o sábado, quase cortando... Trazendo o sono, o descanso que cansa, e as mágoas estampadas nos sonhos (sonhos?!) da noite.
Antes disso ainda, uma bomba, que explode em dúvidas. Como em uma atrocidade; como o "caso Isabella".
Vilão, inocente? Este último não, pelo menos em meu sentido aguçado. Mas de que importância tem o que sinto? Nunca teve. E pra quê vou generalizar? Nunca se sabe. E isso é que divide.
Eu espero que Deus A guie... A acalme, e que mostre a sua verdade.
Mas a cada dia me decepciona os sentimentos destrutivos que as pessoas carregam.
Isso me deixa sem vontade de confiar nas pessoas, em um futuro de paz!
Ah, Ami, eu quero pelas menos minhas setecentas medidas... Será que assim posso ir no seu disco voador?!
Os pré-requisitos a uma vida digna são falhos... Não nos tornam realmente humanos.
É uma vergonha! Uma vergonha! Uma vergonha sem escrúpulos!
Eu concordo com o Zeca: "É mais fácil cultuar os mortos que os vivos..."
E pra combinar com minha obscuridão mental, mais um pouco de literatura das trevas! ahahhahahhha
O CEMITÉRIO
Pelas ruas de túmulos, fomos calados. Eu olhava
vagamente aquela multidão de sepulturas, que trepavam,
tocavam-se, lutavam por espaço, na estreiteza da vaga e
nas encostas das colinas aos lados. Algumas pareciam se
olhar com afeto, roçando-se amigavelmente; em outras,
transparecia a repugnância de estarem juntas. Havia
solicitações incompreensíveis e também repulsões e
antipatias; havia túmulos arrogantes, imponentes, vaidosos
e pobres e humildes; e, em todos, ressumava o esforço
extraordinário para escapar ao nivelamento da morte, ao
apagamento que ela traz às condições e às fortunas.
Amontoavam-se esculturas de mármore, vasos, cruzes e
inscrições; iam além; erguiam pirâmides de pedra tosca,
faziam caramanchéis extravagantes, imaginavam
complicações de matos e plantas - coisas brancas e
delirantes, de um mau gosto que irritava. As inscrições
exuberavam; longas, cheias de nomes, sobrenomes e
datas, não nos traziam à lembrança nem um nome ilustre
sequer; em vão procurei ler nelas celebridades,
notabilidades mortas; não as encontrei. E de tal modo a
nossa sociedade nos marca um tão profundo ponto, que até
ali, naquele campo de mortos, mudo laboratório de
decomposição, tive uma imagem dela, feita
inconscientemente de um propósito, firmemente desenhada
por aquele acesso de túmulos pobres e ricos, grotescos e
nobres, de mármore e pedra, cobrindo vulgaridades iguais
umas às outras por força estranha às suas vontades, a
lutar...
Fomos indo. A carreta, empunhada pelas mãos profissionais
dos empregados, ia dobrando as alamedas, tomando ruas,
até que chegou à boca do soturno buraco, por onde se via
fugir, para sempre do nosso olhar, a humildade e a tristeza
do contínuo da Secretaria dos Cultos.
Antes que lá chegássemos, porém, detive-me um pouco
num túmulo de límpidos mármores, ajeitados em capela
gótica, com anjos e cruzes que a rematavam
pretensiosamente.
Nos cantos da lápide, vasos com flores de biscuit e, debaixo
de um vidro, à nívea altura da base da capelinha, em meio
corpo, o retrato da morta que o túmulo engolira. Como se
estivesse na Rua do Ouvidor, não pude suster um
pensamento mau e quase exclamei:
— Bela mulher!
Estive a ver a fotografia e logo em seguida me veio à mente
que aqueles olhos, que aquela boca provocadora de beijos,
que aqueles seios túmidos, tentadores de longos contatos
carnais, estariam àquela hora reduzidos a uma pasta
fedorenta, debaixo de uma porção de terra embebida de
gordura.
Que resultados teve a sua beleza na terra? Que coisas
eternas criaram os homens que ela inspirou? Nada, ou
talvez outros homens, para morrer e sofrer. Não passou
disso, tudo mais se perdeu; tudo mais não teve existência,
nem mesmo para ela e para os seus amados; foi breve,
instantâneo, e fugaz.
Abalei-me! Eu que dizia a todo o mundo que amava a vida,
eu que afirmava a minha admiração pelas coisas da
sociedade - eu meditar como um cientista profeta hebraico!
Era estranho! Remanescente de noções que se me
infiltraram e cuja entrada em mim mesmo eu não
percebera! Quem pode fugir a elas?
Continuando a andar, adivinhei as mãos da mulher,
diáfanas e de dedos longos; compus o seu busto ereto e
cheio, a cintura, os quadris, o pescoço, esguio e modelado,
as espáduas brancas, o rosto sereno e iluminado por um
par de olhos indefinidos de tristeza e desejos...
Já não era mais o retrato da mulher do túmulo; era de
uma, viva, que me falava.
Com que surpresa, verifiquei isso.
Pois eu, que vivia desde os dezesseis anos,
despreocupadamente, passando pelos meus olhos, na Rua
do Ouvidor, todos os figurinos dos jornais de modas, eu me
impressionar por aquela menina do cemitério! Era curioso.
E, por mais que procurasse explicar, não pude.
(Lima Barreto)
Thursday, May 08, 2008
Mais V. H.
"Que são as convulsões de uma cidade perto das revoltas de uma alma? O homem é um abismo ainda mais profundo do que o povo. [...] Todos os abismos se haviam aberto de novo, e ele estremecia [...] no limiar de uma revolução tremenda e obscura. Bastavam apenas algumas horas para que o seu destino e a sua consciência repentinamente se cobrissem de sombras."
-
As lágrimas queimavam o rosto frio e sem vida.
Pensei mesmo que fosse morrer.
-
As lágrimas queimavam o rosto frio e sem vida.
Pensei mesmo que fosse morrer.
Sunday, May 04, 2008
É como se fosse
E é!
Mas seja como for
Os corações que no descompasso se procuram
No vago espaço do amanhã
Sorriem, afagam-se e esbofeteiam-se...
Calados, anunciam-se enlaçados
Até o próximo desatar.
Não vai haver desfecho,
Vão perdurar na cotntramão
Oh! O desejo de ser
Ah!
E... É!
Como se fosse
Seja como for...
Adeus...
Amor!
E as formigas queriam carregar esse miserável corpo!
Carreguem pequeninas...
Encham suas barriguinhas...
E acabem com esse vazio!
E é!
Mas seja como for
Os corações que no descompasso se procuram
No vago espaço do amanhã
Sorriem, afagam-se e esbofeteiam-se...
Calados, anunciam-se enlaçados
Até o próximo desatar.
Não vai haver desfecho,
Vão perdurar na cotntramão
Oh! O desejo de ser
Ah!
E... É!
Como se fosse
Seja como for...
Adeus...
Amor!
E as formigas queriam carregar esse miserável corpo!
Carreguem pequeninas...
Encham suas barriguinhas...
E acabem com esse vazio!
Friday, May 02, 2008
IDENTIDADE
Tô me sentindo tão vazia. Tão vazia. Tão vazia.
Hoje fiquei observando os diferentes tipos de pessoas...
O modo como reagem, se vestem, se expressam... E foi me dando um enjôo tão grande! Talvez porque eu odeie shopping, mas acho que também porque não tinha me alimentado bem.
Deletei o orkut (mais uma vez). Não adianta... Aquelas pessoas vindo às minhas vistas depois do login... Ciúme, brigas, reivindicações! Só que junto a isso foi também o carinho e os mistérios que ali eu guardava. E acho isso meio triste.
Não sei mais onde procurar acalmar minha alma doida.
Depois de um "Abra a mente, Rafaela!", me senti o ser mais medíocre e ridículo do mundo. Fiquei pensando quanta gente me acha imatura. Assim me sinto. Por não saber quem sou, tento me moldar ao que são. Mas nunca dá certo. Dou as minhas explosões bestas, e faço com que as pessoas me vejam abalada, vulnerável. Sinto tanta raiva disso! Mas ao mesmo tempo tenho orgulho por mostrar os meus sentimentos.
Agora eu fico aqui isolada... Lembrando do que perdi!
O beijo da Cinderela se amargou.
O rock errou.
A gata garota não é mais sedutora.
Não faz mais sentido.
O amor já foi.
Os amigos disseram tchau... Alguns sem chorar.
As flores murcharam.
As palavras se perdem.
As promessas, onde foram parar?
As vontades... Cadê...? Quero aquelas de verdade! Não as inventadas.
Quero alguém que me queira.
Quero querer menos.
Quero ser mais.
Quero uma ...
Hoje fiquei observando os diferentes tipos de pessoas...
O modo como reagem, se vestem, se expressam... E foi me dando um enjôo tão grande! Talvez porque eu odeie shopping, mas acho que também porque não tinha me alimentado bem.
Deletei o orkut (mais uma vez). Não adianta... Aquelas pessoas vindo às minhas vistas depois do login... Ciúme, brigas, reivindicações! Só que junto a isso foi também o carinho e os mistérios que ali eu guardava. E acho isso meio triste.
Não sei mais onde procurar acalmar minha alma doida.
Depois de um "Abra a mente, Rafaela!", me senti o ser mais medíocre e ridículo do mundo. Fiquei pensando quanta gente me acha imatura. Assim me sinto. Por não saber quem sou, tento me moldar ao que são. Mas nunca dá certo. Dou as minhas explosões bestas, e faço com que as pessoas me vejam abalada, vulnerável. Sinto tanta raiva disso! Mas ao mesmo tempo tenho orgulho por mostrar os meus sentimentos.
Agora eu fico aqui isolada... Lembrando do que perdi!
O beijo da Cinderela se amargou.
O rock errou.
A gata garota não é mais sedutora.
Não faz mais sentido.
O amor já foi.
Os amigos disseram tchau... Alguns sem chorar.
As flores murcharam.
As palavras se perdem.
As promessas, onde foram parar?
As vontades... Cadê...? Quero aquelas de verdade! Não as inventadas.
Quero alguém que me queira.
Quero querer menos.
Quero ser mais.
Quero uma ...
Tuesday, April 29, 2008
Fantasmas do passado
Chamam meu nome sem cessar
Meu coração sangra, despedaçado
Minhas lágrimas me punem por amar.
A noite me acalenta,
Vejo um retrato invisível
Minha esperança me alimenta
Vem-me à memória um olhar imprevisível.
Busco incasavelmente os seus abraços
Lamento-me por não ser capaz
De seguir todos os seus passos,
e por tudo ser tão fugaz.
Nossa distância virou desavença:
Não posso sentir o seu calor.
Isso está virando uma doença...
Não posso mais viver com esse temor.
Uma nostalgia suicida
Transporta-me às lembranças adormecidas
Permaneço silenciosamente estarrecida
Sofrendo pelas promessas não cumpridas.
O desespero anuncia minha vulgar solidão
Minha alma busca por você
Ao soar dos sinos, ao final da escuridão,
Para que minha vida possa renascer.
(Data de 2006, quando eu ainda conseguia me apaixonar. Para uma pessoa que continua sendo especial... Apesar da história tumulada. Lembro de tudo com emoção, quanta tolice! Eu nunca fui especial daquele jeito... E ele foi!)
Chamam meu nome sem cessar
Meu coração sangra, despedaçado
Minhas lágrimas me punem por amar.
A noite me acalenta,
Vejo um retrato invisível
Minha esperança me alimenta
Vem-me à memória um olhar imprevisível.
Busco incasavelmente os seus abraços
Lamento-me por não ser capaz
De seguir todos os seus passos,
e por tudo ser tão fugaz.
Nossa distância virou desavença:
Não posso sentir o seu calor.
Isso está virando uma doença...
Não posso mais viver com esse temor.
Uma nostalgia suicida
Transporta-me às lembranças adormecidas
Permaneço silenciosamente estarrecida
Sofrendo pelas promessas não cumpridas.
O desespero anuncia minha vulgar solidão
Minha alma busca por você
Ao soar dos sinos, ao final da escuridão,
Para que minha vida possa renascer.
(Data de 2006, quando eu ainda conseguia me apaixonar. Para uma pessoa que continua sendo especial... Apesar da história tumulada. Lembro de tudo com emoção, quanta tolice! Eu nunca fui especial daquele jeito... E ele foi!)
Monday, April 28, 2008
Wednesday, April 23, 2008
À moda Skylab, acompanhado de facas e cemitério.
Não agüentava mais lidar com pessoas (vivas)!
Ah! Quanta irritação! Tinham aflição, substâncias gosmentas, falavam demais, queriam demais. Achavam que sabiam demais.
Decidi trabalhar com enucleação. Agora sou mais feliz. Situo-me entre um corpo inerte, sangue e nervos ópticos. Blong blehn.
Lavava as louças alheias, por pura caridade.
Derrubou um pouco de espuma no chão.
Passou o pé, para esconder o delito.
Não deu outra!
O primeiro que passou levou um puta tombo.
E nunca mais andou.
Ah! Quanta irritação! Tinham aflição, substâncias gosmentas, falavam demais, queriam demais. Achavam que sabiam demais.
Decidi trabalhar com enucleação. Agora sou mais feliz. Situo-me entre um corpo inerte, sangue e nervos ópticos. Blong blehn.
Lavava as louças alheias, por pura caridade.
Derrubou um pouco de espuma no chão.
Passou o pé, para esconder o delito.
Não deu outra!
O primeiro que passou levou um puta tombo.
E nunca mais andou.
Tuesday, April 22, 2008
Tempesta(r)de
A chuva já parou lá fora. Mas aqui dentro tá tudo banhado de angústia e uma euforia sem sentido (ou então com sentido desconhecido). Quando comecei a tracejar esses segmentos que traduzem o meu desespero, parece que senti um alento (puts, alento pode significar [no pl. ] orifícios nas ventas dos cavalos. Por que tudo me leva aos cavalos? Liberdade?! Submissão? Cara de forte, e olhos tristes?!), como se Deus colocasse um sol nessa chuva, para que surgisse um arco-íris. É tudo inútil! Eu nunca quis ser poeta(tisa). Eu SINTO, mas ao tentar expressar, escolho as palavras! Escolho a dramatização. Escolho a enfatização (como está sendo feito). Escolho um modo de ficar "por cima" na história, como o perdedor conformado pela derrota, porque coloca a dificuldade, a injustiça, o "azar" como intransponíveis. E ficar jogado, quieto, num canto escuro, é poético. PORRA! Poeta é perdedor? Não, não. Não sempre.
Às vezes temo que pela minha vulnerabilidade, consigam fazer mal a mim. Eu falo, como, sorrio... Quando o que quero é ficar só, vazia, morta. Não quero me tranqüilizar com a idéia de que a minha alma está inundada porque estou pressentindo uma tragédia. O céu negro me apresenta os bichinhos rodopiantes. E ah! Eu sou tão pequena... O mundo é lindo. Há tantos rios, matas, florestas, estrelas, nuvens, miragens; e os problemas nos condenam à cegueira espiritual. Eu ainda me sinto vez por outra como a criança que não adentrou a pelagem do coelho... De dentro da cartola, vejo a cidade como se fosse O Paraíso... Ainda me encanto... Por poucos segundos.
Não sei mais me apaixonar pelas pessoas. Elas não entendem das coisas. Trazem sempre a dor. Trocam sinais de calor para não serem abandonadas.
Onde mora o perigo? Onde está o castigo dessas almas auto-destruídas?
Se tudo que fosse falso se desfizesse, a minha mão ao apertar outra com fraternidade vivaria pó, meu sorriso se estilhaçaria feito vidro atingido por pedra. E eu seria careca.
Parece uma grande piada.
Tenho medo de que eu realmente tenha motivos para um dia sofrer com algo grave... Uma doença, um acidente. Não sei brincar com fogo. Não quero brincar. Tenho medo de me queimar. Mas o meu maior medo é de não ser ninguém, além de um número nas estatísticas. E infelizmente, é o que sou.
Não preciso de escândalos.
Não sou um mártir.
Não tenho um feriado dedicado a mim. (Se bem que um feriadinho cai bem!)
Acho que quero ser medíocre, sim, eu admito. O que tanto repudio, é o que quero.
Não quero tanta emoção.
Quando chega o ponto de ebulição... A água evapora?
E agora?
Nunca fui uma aluna dedicada às ciências... Eu trazia sempre bilhetes de preguiça.
O que quero eu enfim?
Fui convidada para essa vida louca... Ou intimidada? Que viagem ilógica!
E agora que existo, tenho muito MEDO do não-existir.
O Ami não sabe o que é medo... Nem distância... E eu é que finjo viver sem fronteiras!
Pode rir de mim, Ami!
Vamos ver o próximo capítulo.
Às vezes temo que pela minha vulnerabilidade, consigam fazer mal a mim. Eu falo, como, sorrio... Quando o que quero é ficar só, vazia, morta. Não quero me tranqüilizar com a idéia de que a minha alma está inundada porque estou pressentindo uma tragédia. O céu negro me apresenta os bichinhos rodopiantes. E ah! Eu sou tão pequena... O mundo é lindo. Há tantos rios, matas, florestas, estrelas, nuvens, miragens; e os problemas nos condenam à cegueira espiritual. Eu ainda me sinto vez por outra como a criança que não adentrou a pelagem do coelho... De dentro da cartola, vejo a cidade como se fosse O Paraíso... Ainda me encanto... Por poucos segundos.
Não sei mais me apaixonar pelas pessoas. Elas não entendem das coisas. Trazem sempre a dor. Trocam sinais de calor para não serem abandonadas.
Onde mora o perigo? Onde está o castigo dessas almas auto-destruídas?
Se tudo que fosse falso se desfizesse, a minha mão ao apertar outra com fraternidade vivaria pó, meu sorriso se estilhaçaria feito vidro atingido por pedra. E eu seria careca.
Parece uma grande piada.
Tenho medo de que eu realmente tenha motivos para um dia sofrer com algo grave... Uma doença, um acidente. Não sei brincar com fogo. Não quero brincar. Tenho medo de me queimar. Mas o meu maior medo é de não ser ninguém, além de um número nas estatísticas. E infelizmente, é o que sou.
Não preciso de escândalos.
Não sou um mártir.
Não tenho um feriado dedicado a mim. (Se bem que um feriadinho cai bem!)
Acho que quero ser medíocre, sim, eu admito. O que tanto repudio, é o que quero.
Não quero tanta emoção.
Quando chega o ponto de ebulição... A água evapora?
E agora?
Nunca fui uma aluna dedicada às ciências... Eu trazia sempre bilhetes de preguiça.
O que quero eu enfim?
Fui convidada para essa vida louca... Ou intimidada? Que viagem ilógica!
E agora que existo, tenho muito MEDO do não-existir.
O Ami não sabe o que é medo... Nem distância... E eu é que finjo viver sem fronteiras!
Pode rir de mim, Ami!
Vamos ver o próximo capítulo.
Sunday, April 20, 2008
Victor Hugo - Os Miseráveis (Cap. XX - Os mortos têm razão e os vivos também)
"[...] Só sujeitando-se a qualquer eventualidade é que a utopia se transforma em insurreição, de protesto filosófico se converte em protesto armado e de Minerva em Palas. A utopia que se impacienta e se torna revolta sabe o que espera; normalmente vem cedo demais. Quando assim sucede, resigna-se e estoicamente aceita a catástrofe em vez do triunfo. Serve sem se queixar e até desculpando os que a renegam, e a sua magnanimidade consiste em sujeitar-se ao desamparo. É indomável contra o obstáculo e dócil para com a ingratidão.
Mas tratar-se-á realmente de ingratidão?
É, em relação ao gênero humano.
Não é, em relação ao indivíduo.
O progresso é próprio do homem. A vida geral da humanidade chama-se Progresso. O Progresso marcha, faz a grande viagem humana e terrestre para o celestial e o divino; tem os seus lugares de passagem, onde reúne o rebanho desgarrado; tem estações onde meditar diante de alguma Canaã, desvendando de súbito o seu mistério; tem as suas noites em que dorme, e é uma das pungentes ansiedades do pensador ver como a escuridão envolve a alma humana e anda às apalpadelas por entre as trevas, procurando, sem conseguir despertá-lo, o progresso adormecido.
"Decerto Deus morreu!" , disse um dia Gérard de Nerval a quem estas linhas escreve, confundindo o progresso com Deus e tomando a interrupção do movimento pela morte do Ser Supremo.
Não desesperemos contudo. O progresso desperta infalivelmente e em síntese quase poderíamos afirmar que ele marcha, mesmo ao dormir, à vista do seu incremento. Assim que o vemos de pé, logo nos dá idéia da sua elevada estrutura. Permanecer sempre tranqüilo é uma coisa tão impossível ao progresso como ao rio; não lhe ponham obstáculos, não lhe joguem pedras que lhe impeçam o curso; o obstáculo faz escumar a água e agitar a humanidade. Daí nascem certas perturbações é que se percebe o caminho andado. Enquanto a ordem, que nada mais é do que a paz universal, não se achar definitivamente estabelecida, enquanto não reinarem a harmonia e a unidade, o progresso terá revoluções por etapas.
Que é, portanto, o progresso? Já há pouco o dissemos: a vida permanente dos povos...
No entanto, acontece por vezes que a vida momentânea dos indivíduos opõe resistência à vida eterna do gênero humano.
Confessamo-lo sem ressentimento, o indivíduo tem seu interesse distinto e pode sem culpa transigir com ele e defendê-lo; o presente tem uma perdoável dose de egoísmo; a vida momentânea tem o seu direito e não é obrigada a sacrificar-se continuamente ao futuro. A geração atual, como as que a precederam, não é obrigada a apressar-se em relação às vindouras, que, afinal, não passam de suas iguais. “Eu existo”, murmurava esse alguém chamado Todos. “Sou jovem e amo, sou velho e quero descansar, sou pai de família, trabalho, prospero, sou bem sucedido nos meus negócios, sou proprietário, sou credor do Estado, sou feliz, tenho mulher e filhos, amo tudo isso, quero viver – deixem-sme sossegado.” Daí em certas ocasiões se verificar um frio profundo nas magnânimas vanguardas do gênero humano.
Para além de tudo isso, devemos concordar, a utopia sai da sua esfera brilhante para fazer a guerra. Ela, a verdade de amanhã, socorre-se dos mesmos meios que a mentira de ontem – a batalha. Ele, o futuro, procede como o passado. Ela, a idéia pura, converte-se em via de fato. Envolve-se no seu heroísmo uma grande dose de violência, pela qual é justo que responda, violência de ocasião e de expediente contrária a todos os princípios e pela qual é fatalmente punida.
A utopia-insurreição combate com o antigo código militar na mão; fuzila os espiões, executa os traidores, aniquila seres vivos e arremessa-os às trevas desconhecidas. Serve-se da morte, o que é grave. A utopia parece já não ter fé no esplendor, sua força irresistível e incorruptível. Fere com o ferro. Ora, nenhum ferro é simples. Toda espada tem dois gumes: quem ferir com um fere-se a si mesmo (pleonasmo?!) no outro..."
Mas tratar-se-á realmente de ingratidão?
É, em relação ao gênero humano.
Não é, em relação ao indivíduo.
O progresso é próprio do homem. A vida geral da humanidade chama-se Progresso. O Progresso marcha, faz a grande viagem humana e terrestre para o celestial e o divino; tem os seus lugares de passagem, onde reúne o rebanho desgarrado; tem estações onde meditar diante de alguma Canaã, desvendando de súbito o seu mistério; tem as suas noites em que dorme, e é uma das pungentes ansiedades do pensador ver como a escuridão envolve a alma humana e anda às apalpadelas por entre as trevas, procurando, sem conseguir despertá-lo, o progresso adormecido.
"Decerto Deus morreu!" , disse um dia Gérard de Nerval a quem estas linhas escreve, confundindo o progresso com Deus e tomando a interrupção do movimento pela morte do Ser Supremo.
Não desesperemos contudo. O progresso desperta infalivelmente e em síntese quase poderíamos afirmar que ele marcha, mesmo ao dormir, à vista do seu incremento. Assim que o vemos de pé, logo nos dá idéia da sua elevada estrutura. Permanecer sempre tranqüilo é uma coisa tão impossível ao progresso como ao rio; não lhe ponham obstáculos, não lhe joguem pedras que lhe impeçam o curso; o obstáculo faz escumar a água e agitar a humanidade. Daí nascem certas perturbações é que se percebe o caminho andado. Enquanto a ordem, que nada mais é do que a paz universal, não se achar definitivamente estabelecida, enquanto não reinarem a harmonia e a unidade, o progresso terá revoluções por etapas.
Que é, portanto, o progresso? Já há pouco o dissemos: a vida permanente dos povos...
No entanto, acontece por vezes que a vida momentânea dos indivíduos opõe resistência à vida eterna do gênero humano.
Confessamo-lo sem ressentimento, o indivíduo tem seu interesse distinto e pode sem culpa transigir com ele e defendê-lo; o presente tem uma perdoável dose de egoísmo; a vida momentânea tem o seu direito e não é obrigada a sacrificar-se continuamente ao futuro. A geração atual, como as que a precederam, não é obrigada a apressar-se em relação às vindouras, que, afinal, não passam de suas iguais. “Eu existo”, murmurava esse alguém chamado Todos. “Sou jovem e amo, sou velho e quero descansar, sou pai de família, trabalho, prospero, sou bem sucedido nos meus negócios, sou proprietário, sou credor do Estado, sou feliz, tenho mulher e filhos, amo tudo isso, quero viver – deixem-sme sossegado.” Daí em certas ocasiões se verificar um frio profundo nas magnânimas vanguardas do gênero humano.
Para além de tudo isso, devemos concordar, a utopia sai da sua esfera brilhante para fazer a guerra. Ela, a verdade de amanhã, socorre-se dos mesmos meios que a mentira de ontem – a batalha. Ele, o futuro, procede como o passado. Ela, a idéia pura, converte-se em via de fato. Envolve-se no seu heroísmo uma grande dose de violência, pela qual é justo que responda, violência de ocasião e de expediente contrária a todos os princípios e pela qual é fatalmente punida.
A utopia-insurreição combate com o antigo código militar na mão; fuzila os espiões, executa os traidores, aniquila seres vivos e arremessa-os às trevas desconhecidas. Serve-se da morte, o que é grave. A utopia parece já não ter fé no esplendor, sua força irresistível e incorruptível. Fere com o ferro. Ora, nenhum ferro é simples. Toda espada tem dois gumes: quem ferir com um fere-se a si mesmo (pleonasmo?!) no outro..."
Wednesday, April 16, 2008
Filme de Terror
m e d o s a n g u e g r i t o s d o r
TERROR, TERROR, TERROR!
sentimento afigurado da realidade funesta... que se esconde no fundo da gaveta... arquivado, parado, esquecido, arquivo morto.
acabou.
TERROR, TERROR, TERROR!
sentimento afigurado da realidade funesta... que se esconde no fundo da gaveta... arquivado, parado, esquecido, arquivo morto.
acabou.
Saturday, April 05, 2008
Semana
Cabelo
Isonomia
Os velhos pesadelos
As dúvidas
O relógio
As escadas
O sorriso cansado
As vozes:
Ásperas, masculinas, que medo, que tesão!
Femininas, enfadonhas, futuras
Desejo
Neurônios balançam-se,
Procuram distração
E no término
O gozo do "Cadê"?
As imagens,
Publicidade entrando por nossos rins e coração
Até enjoar o estômago
As flores de plástico não morrem,
Se assim imortais...
Por que não têm a mesma beleza das quê murcham no dia seguinte?
O perfume? A brevidade peculiar da vida? A flexibilidade de ser frágil?
Queremos os fracos
Temos medo da emoção
E nos transformamos em "racionais"
Com os bobos números, números, números,
Certezas, precisão
Fazemos disso um refúgio,
E mascarados fingimos não mais nos apaixonarmos pela vida,
As pessoas são mesmo canalhas,
Acompanham as outras por necessidades egoístas!
É?
"Como você tem uma voz bonita!"
"Se você soubesse o quanto te amo!"
Frases ditas por um menino especial (excepcional)
Que egoísmo teria ele?
Alguém que se contenta com um "Oi" e um beijo
Ou simplesmente um aceno
Ou ainda um abraço vindo do lado de dentro do portão
Como se fosse um prisioneiro
Descobri ali um gesto HUMANO
Não foi por simples comoção que fui atingida
Foi porque percebi que há sentimentos puros,
Sorrisos amarelos sinceros
Mãos que buscam o calor de alguém
Porque sabem mesmo o que é viver.
O cemitério amanhã.
Estarei mais perto do meu eu, e de vocês que moram dentro de mim.
Isonomia
Os velhos pesadelos
As dúvidas
O relógio
As escadas
O sorriso cansado
As vozes:
Ásperas, masculinas, que medo, que tesão!
Femininas, enfadonhas, futuras
Desejo
Neurônios balançam-se,
Procuram distração
E no término
O gozo do "Cadê"?
As imagens,
Publicidade entrando por nossos rins e coração
Até enjoar o estômago
As flores de plástico não morrem,
Se assim imortais...
Por que não têm a mesma beleza das quê murcham no dia seguinte?
O perfume? A brevidade peculiar da vida? A flexibilidade de ser frágil?
Queremos os fracos
Temos medo da emoção
E nos transformamos em "racionais"
Com os bobos números, números, números,
Certezas, precisão
Fazemos disso um refúgio,
E mascarados fingimos não mais nos apaixonarmos pela vida,
As pessoas são mesmo canalhas,
Acompanham as outras por necessidades egoístas!
É?
"Como você tem uma voz bonita!"
"Se você soubesse o quanto te amo!"
Frases ditas por um menino especial (excepcional)
Que egoísmo teria ele?
Alguém que se contenta com um "Oi" e um beijo
Ou simplesmente um aceno
Ou ainda um abraço vindo do lado de dentro do portão
Como se fosse um prisioneiro
Descobri ali um gesto HUMANO
Não foi por simples comoção que fui atingida
Foi porque percebi que há sentimentos puros,
Sorrisos amarelos sinceros
Mãos que buscam o calor de alguém
Porque sabem mesmo o que é viver.
O cemitério amanhã.
Estarei mais perto do meu eu, e de vocês que moram dentro de mim.
Monday, March 17, 2008
17 de Março!
- Um anjinho me fez conhecer o mundo há 18 anos atrás.
Dizem que anjos têm asas e cabelos cacheados; o meu tinha força e emoção. Achava-me o mais precioso dos tesouros, quando eu era apenas um ser pequenino, ensangüentado e choroso.
Quem dera pudesse ser parte dela a vida toda! Alguém com tanta coragem e amor, talvez bastasse para que eu (sobre)vivesse nesse Universo esquisito.
Eu sei! A vida é louca!
Tantos dias e noites difíceis...
Tanta rebeldia minha que lhe causava dor; porque você sabia que o sofrimento vivia em cada célula do meu corpo.
Tanto carinho...
O tempo me tornou mulher, em todos os sentidos; mas sou ainda aquele bebê imaturo, e agora ando, corro, choro, sinto por aí, sem por fim compreender essa aventura.
Hoje, em minha tentativa de ser responsável, tento estar séria em um lugar com pessoas que me vêem, mas não me sentem. Sou um número, ou ainda alguém que precisa fazer números. Mas não hesito: ignoro as pessoas, as paredes, o computador, para voltar-me ao meu EU e registrar que sinto você em mim, e que isso me faz molhar a folha com lágrimas inexplicáveis. Esqueço tudo o que passou. Não me preocupo com o amanhã. Só quero você em mim... Mãe!
"Ora quem é que não sabe
O que é se sentir sozinho
Mais sozinho que um elevador vazio
Achando a vida tão chata
Achando a vida mais chata do que um cantor de soul
Sou eu quem te refresca a memória
Quando te esqueces de regar as plantas
E de despendurar as roupas brancas no varal
Só faz milagres quem crê que faz milagres
Como transformar lágrima em canção
Vejo os pombos no asfalto
Eles sabem voar alto
Mas insistem em catar as migalhas do chão
Sei rir mostrando os dentes
E a língua afiada mais cortante
Que um velho blues
Mas hoje eu só quero chorar
Como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro
Na falta de absinto
Eu sinto tanto, eu sinto muito, eu nada sinto
como dizia Madalena, replicando os fariseus
Quem dá aos pobres empresta
(a)Deus."
AAAAAAAMÉM.
Saturday, March 15, 2008
Olho para a folha. Branquinha. Com tantas linhas. Para quê tanto, se meu cérebro já não é capaz de processar emoções? Sinto um sufoco interior claustrofóbico por si só; e já não me sinto guiada pela euforia de soltar tinta da caneta até arrancar sensações das mais variadas espécies.
Sinto-me à beira de uma insensatez imunda. "É fato" que o mundo corre por direções estranhas; tanto é que chegamos a nos assustar, como se fôssemos fantasmas diante do espelho. Há quem diga que tenho uma insanidade patológica; e é então que meu peito se rasga com a idéia de que preciso ser medíocre ocasionalmente, se não quiser ser discriminada e apontada como "louca". Sei que tenho pensamentos desconexos, mas quem não os têm? "Dou a cara a tapa", mostro o que sinto, o que penso. E será isso tão ruim? Talvez implique desgaste (a "força" que as outras pessoas precisam para buscar a compreensão nas contrariedades humanas).
Ontem eu a vi, no meio da lama; aquele rosto tão bonito que fez presença no meu sonho do dia anterior. Treze de março. Lembrei de uma cartinha, e de uma frase que começava "quando tivermos 18 anos..."
Esses não tardaram. Nossa proximidade nos distanciou. E hoje sei que a culpa sempre foi minha. Crucifiquei-a por atitudes que vim a repetir mais tarde. É tanto sentimento emaranhado brigando em minhas lembranças, que não sei definir o que se passou dentro de mim e me fez destruir uma amizade que carregava anos de dedicação. Não sei se ela me perdoaria, nem ao menos posso imaginar uma conversa com ela. E isso me machuca; talvez seja este o preço.
Eu ando inconseqüente, buscando alento no que me ludibria. Não adianta. As pessoas envolvem-se em prazeres (maldito hedonismo), e sentem a pseudo idéia de satisfação, como no sexo, como em uma bebida, uma droga, um beijo. Mas no fim, seja de uma noite ou de uma vida enfim, terminaremos SOZINHOS.
Segunda eu fico mais velhinha!!!
Ritinha, sei que você é minha única leitora...
Sei que preciso dividir sentimentos com alguém...
Eu não escreveria se não tivesse alguém para ler!
E acho que não viveria se não tivesse a quem amar...
Eu amo você!
Fiquei absolutamente feliz quando te vi... Que não queria te largar mais!
Eu agradeço muito sua amizade...
Suas tentativas de me entender...
Até quando trilho caminhos errados... Querendo que meus problemas virem "fumaça"...
Você é importante... Especial! Meu abrigo... Minha Rita... Baiana sou eu! Hhuahhauhuahua, e eu sabiiia que você ia chamar meu dread de baiano! =]
Linda...
Não some nunca, promete!?
Sinto-me à beira de uma insensatez imunda. "É fato" que o mundo corre por direções estranhas; tanto é que chegamos a nos assustar, como se fôssemos fantasmas diante do espelho. Há quem diga que tenho uma insanidade patológica; e é então que meu peito se rasga com a idéia de que preciso ser medíocre ocasionalmente, se não quiser ser discriminada e apontada como "louca". Sei que tenho pensamentos desconexos, mas quem não os têm? "Dou a cara a tapa", mostro o que sinto, o que penso. E será isso tão ruim? Talvez implique desgaste (a "força" que as outras pessoas precisam para buscar a compreensão nas contrariedades humanas).
Ontem eu a vi, no meio da lama; aquele rosto tão bonito que fez presença no meu sonho do dia anterior. Treze de março. Lembrei de uma cartinha, e de uma frase que começava "quando tivermos 18 anos..."
Esses não tardaram. Nossa proximidade nos distanciou. E hoje sei que a culpa sempre foi minha. Crucifiquei-a por atitudes que vim a repetir mais tarde. É tanto sentimento emaranhado brigando em minhas lembranças, que não sei definir o que se passou dentro de mim e me fez destruir uma amizade que carregava anos de dedicação. Não sei se ela me perdoaria, nem ao menos posso imaginar uma conversa com ela. E isso me machuca; talvez seja este o preço.
Eu ando inconseqüente, buscando alento no que me ludibria. Não adianta. As pessoas envolvem-se em prazeres (maldito hedonismo), e sentem a pseudo idéia de satisfação, como no sexo, como em uma bebida, uma droga, um beijo. Mas no fim, seja de uma noite ou de uma vida enfim, terminaremos SOZINHOS.
Segunda eu fico mais velhinha!!!
Ritinha, sei que você é minha única leitora...
Sei que preciso dividir sentimentos com alguém...
Eu não escreveria se não tivesse alguém para ler!
E acho que não viveria se não tivesse a quem amar...
Eu amo você!
Fiquei absolutamente feliz quando te vi... Que não queria te largar mais!
Eu agradeço muito sua amizade...
Suas tentativas de me entender...
Até quando trilho caminhos errados... Querendo que meus problemas virem "fumaça"...
Você é importante... Especial! Meu abrigo... Minha Rita... Baiana sou eu! Hhuahhauhuahua, e eu sabiiia que você ia chamar meu dread de baiano! =]
Linda...
Não some nunca, promete!?
Saturday, March 08, 2008
EU, ROBÔA
Já pensou você vir ao mundo programado? Perfeitamente direcionado às suas tarefas? Executando com precisão suas ações?
Que Universo seria o seu?
O "sentir" não atrapalharia o desempenho. O "coração" não lhe faria perder tardes de sábado, com palavras e euforia, a querer poetizar a simples respiração.
Seria tudo estável, cinza e cheirando à escritório. O fim seria o enferrujar "em fogo baixo", até que ocorresse falência múltipla dos segmentos. E você cairia ao chão, e seria escravo da inexistência eterna. Pior: ninguém choraria sua morte.
Seria melhor assim, meu querido progenitor?
Aquele tapa fez todo o meu sangue ferver, a ponto de transbordar pelo chão da cozinha. Mas me calei, nos calamos; desde segunda-feira. Somos humanos, e o engraçado é que temos as mesmas falhas, como minha mãe dizia no mesmo dia à mesa do café: "Não adianta você querer consertar essas coisas nela; ela puxou a você!"
Sei que nosso amor e ligação são imensos. Que sejam perdoadas nossa agressividade desnecessária, e nossa dificuldade de lidar com impulsos e sentimentos. Vamos ficar sem trocar palavras até quando? Não precisamos disso!
Eu ando tão ansiosa e confusa, que já não sei nem mesmo a diferença entre um BO e um OB!
E agora, vivo numa geladeira isolada do mundo com uma loira e um homem. Tá sendo legal!
Que Universo seria o seu?
O "sentir" não atrapalharia o desempenho. O "coração" não lhe faria perder tardes de sábado, com palavras e euforia, a querer poetizar a simples respiração.
Seria tudo estável, cinza e cheirando à escritório. O fim seria o enferrujar "em fogo baixo", até que ocorresse falência múltipla dos segmentos. E você cairia ao chão, e seria escravo da inexistência eterna. Pior: ninguém choraria sua morte.
Seria melhor assim, meu querido progenitor?
Aquele tapa fez todo o meu sangue ferver, a ponto de transbordar pelo chão da cozinha. Mas me calei, nos calamos; desde segunda-feira. Somos humanos, e o engraçado é que temos as mesmas falhas, como minha mãe dizia no mesmo dia à mesa do café: "Não adianta você querer consertar essas coisas nela; ela puxou a você!"
Sei que nosso amor e ligação são imensos. Que sejam perdoadas nossa agressividade desnecessária, e nossa dificuldade de lidar com impulsos e sentimentos. Vamos ficar sem trocar palavras até quando? Não precisamos disso!
Eu ando tão ansiosa e confusa, que já não sei nem mesmo a diferença entre um BO e um OB!
E agora, vivo numa geladeira isolada do mundo com uma loira e um homem. Tá sendo legal!
Monday, February 18, 2008
Fim...
Eu já sei onde acabam todos os caminhos...
e onde começam as lágrimas.
A esperança brinca saudavelmente em uma bicicleta, pra depois bater a cabeça na sarjeta...
será que se o sr. estivesse aqui comigo seria diferente, vô?!
não sei, quando a mãe acordou incrédula contanto que tinha sonhado contigo, não senti tristeza, nem vontade de chorar; porque eu não sei como nos relacionaríamos hoje. Acho que não seria tão bonito, quanto um passeio em uma praça no seu cangote (que é minha única recordação). Eu cresci e me revcoltei, virei um monstro. Acho que a gente iria brigar tanto... Ou eu aprenderia a ser mais humana com seu amor?! Não sei, mas não fiquei abalada... Não sei qual o seu cheiro, não sei mais o que é um abraço seu. E o seu carinho que todos pintam como imenso... talvez só fosse me deixar um pouco mais mal acostumada com essa vida de sofrimento.
Desejo de todo meu coração que o sr. esteja em paz.
Eu também queria estar assim...
Isso aqui na terra não é vida, não!
Isso tudo é mais fétido que a morte.
As pessoas inventam alegrias pra "mascarar" a face cruel do existir.
Alguns usam o poder que consquistam, para se sentirem superiores e menos angustiados.
Alguns desejam, simplesmente pelo prazer de desejar; o objeto em si carrega uma pequena fração de importância.
Alguns procuram fins, para justificar os meios.
E eu que já não quero nenhum meio, escolho o fim.
e onde começam as lágrimas.
A esperança brinca saudavelmente em uma bicicleta, pra depois bater a cabeça na sarjeta...
será que se o sr. estivesse aqui comigo seria diferente, vô?!
não sei, quando a mãe acordou incrédula contanto que tinha sonhado contigo, não senti tristeza, nem vontade de chorar; porque eu não sei como nos relacionaríamos hoje. Acho que não seria tão bonito, quanto um passeio em uma praça no seu cangote (que é minha única recordação). Eu cresci e me revcoltei, virei um monstro. Acho que a gente iria brigar tanto... Ou eu aprenderia a ser mais humana com seu amor?! Não sei, mas não fiquei abalada... Não sei qual o seu cheiro, não sei mais o que é um abraço seu. E o seu carinho que todos pintam como imenso... talvez só fosse me deixar um pouco mais mal acostumada com essa vida de sofrimento.
Desejo de todo meu coração que o sr. esteja em paz.
Eu também queria estar assim...
Isso aqui na terra não é vida, não!
Isso tudo é mais fétido que a morte.
As pessoas inventam alegrias pra "mascarar" a face cruel do existir.
Alguns usam o poder que consquistam, para se sentirem superiores e menos angustiados.
Alguns desejam, simplesmente pelo prazer de desejar; o objeto em si carrega uma pequena fração de importância.
Alguns procuram fins, para justificar os meios.
E eu que já não quero nenhum meio, escolho o fim.
Sunday, February 17, 2008
Excertos de "Quem ama não adoece" - Dr. Marco Aurélio Dias da Silva
A angústia dos primeiros anos
"[...] A explosão inegavelmente violenta do aconchego do útero materno constitui nosso grande e primeiro trauma. Há quem tenha dito - e provavelmente está correto - que temeríamos mais o nascimento que a morte, se dele tivéssemos consciência.
Para Melanie Klein, a dolorosa experiência do nascimento tem o efeito de conferir ao mundo externo um aspecto hostil e de voltar contra ele, e tudo que o intriga (inclusive o seio materno, de fato o mais importante e primeiro objeto externo), os instintos de defesa e destruição do bebê. O sofrimento (angústia) criado por essa ambivalência - necessitar (amar) o seio materno e querer destruí-lo (odiar), ao lado do temor da perda, pela consciência de sua necessidade vital - será certamente a raiz maior de nossa insegurança, de nossos medos, da luta, que desde então se instala em nosso interior, entre os instintos da vida e da morte.
[...] Por volta do 8º mês de vida, no entanto, o grau de maturidade do sistema nervoso começa a possibilitar ao bebê a percepção do mundo externo como algo separado de si próprio. Por conseguinte, dá-se o estabelecimento de vínculos afetivos, entre eles o reconhecimento da figura materna como fonte de satisfação e segurança. Mas, se por um lado há esse reconhecimento, por outro se instala também, no espírito do bebê, a consciência de que a mãe - ou quem lhe faça as vezes - é um outro ser - separado dele.
A descoberta dessa separação, dizem os psicanalistas, provoca no bebê uma sensação de perda e frustração, traduzida em angústia e dor psíquica. A tal frustração, que seria universal, dão os psicanalistas o nome de "angústia de separação". Instala-se a partir daí uma sensação de desamparo e insegurança que nos acompanhará por toda a vida, gerando uma necessidade vital de aconchego, carinho e amor que passam a constituir - mesmo que nem todos tenham consciência disso - a principal aspiração de nossa vida e uma condição indispensável para a felicidade e a saúde.
Do que foi exposto, creio ter ficado claro ao leitor que da angústia de separação todos padecemos, bem como de suas conseqüências. O que seria "normal" e universal complica-se, no entanto, quando a dor psíquica por ela gerada ultrapassa a capacidade da estrutura emocional da criança de absorvê-la e com ela conviver. Isso pode ocorrer, seja porque o bebê tem sua estrutura emocional mais frágil por determinantes genéticos, independendo pois do grau de zelo e amor maternos, seja por real ausência, inadequação ou incapacidade da mãe (ou de quem lhe faça as vezes) de transmitir presença, afeto e segurança.
Para fazer face a esse nível intolerável de angústia, a criança reage desenvolvendo um conceito grandioso e hipertrofiado de si mesmo ou uma imagem idealizada de perfeição absoluta. Em quaisquer dessas hipóteses, ressalta Sampaio "o que vai marcar essa personalidade será a impossibilidade de estabelecer qualquer tipo de relação em que veja o outro que não a si próprio." Será, pois, uma personalidade 'narcisista', com grandes dificuldades de estabelcer vínculos afetivos, voltada para si mesma e, paradoxalmente, bastante insegura quanto ao próprio valor.
A "angústia da separação", não é, contudo, a causa única dessa insegurança. A partir dela, isto é, a partir do momento em que a criança vai tomando conta de que o mundo não se concentra nela mesma e vai tomando contato com os outros, começa também o caminho de seu crescimento e desenvolvimento como pessoa. Lógico que as peculiaridades e potencialidades individuais, ligadas ao padrão genético de cada um, serão importantes. Mas, em meu modo de ver, de importância maior será a influência do contato com os adultos que cercam a criança [...]"
O medo da felicidade
"[...] Algo parecido, já dissemos acima, ocorre com o bebê em relação ao seio materno: tanto dele necessita, tanto teme perdê-lo, que chega a lhe ser hostil por reconhecer seu poder de causar-lhe sofrimento. Gikovate descreve esse medo como uma "sensação de iminência de catástrofe que sempre acompanha nossos momentos mais felizes." [...] É como se, no fundo, não nos julgássemos merecedores daquela felicidade. Ou seja, não conseguimos vivenciá-la sem culpa, mesmo que uma culpa inconsciente. E vivida com esse sentimento de culpa, a felicidade se esvai, não existe.
[...] a felicidade seria pura e simplesmente a ausência de sofrimento. Lembro, a esse respeito, a citação de Goethe, segundo a qual "nada nos é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos."
[...] Essa relação que tento estabelecer - entre felicidade e morte - já foi notada por outros autores e fica bem evidente na expressão "podia morrer agora" que muitas vezes empregamos nos momentos felizes. Talvez quem melhor resumiu a ambivalência e a angústia que a felicidade pode provocar tenha sido o pensador espanhol Julian Marías, quando disse que "a felicidade é extremamente vulnerável. Ela é um risco, e só como risco deve ser assumida."
"[...] A explosão inegavelmente violenta do aconchego do útero materno constitui nosso grande e primeiro trauma. Há quem tenha dito - e provavelmente está correto - que temeríamos mais o nascimento que a morte, se dele tivéssemos consciência.
Para Melanie Klein, a dolorosa experiência do nascimento tem o efeito de conferir ao mundo externo um aspecto hostil e de voltar contra ele, e tudo que o intriga (inclusive o seio materno, de fato o mais importante e primeiro objeto externo), os instintos de defesa e destruição do bebê. O sofrimento (angústia) criado por essa ambivalência - necessitar (amar) o seio materno e querer destruí-lo (odiar), ao lado do temor da perda, pela consciência de sua necessidade vital - será certamente a raiz maior de nossa insegurança, de nossos medos, da luta, que desde então se instala em nosso interior, entre os instintos da vida e da morte.
[...] Por volta do 8º mês de vida, no entanto, o grau de maturidade do sistema nervoso começa a possibilitar ao bebê a percepção do mundo externo como algo separado de si próprio. Por conseguinte, dá-se o estabelecimento de vínculos afetivos, entre eles o reconhecimento da figura materna como fonte de satisfação e segurança. Mas, se por um lado há esse reconhecimento, por outro se instala também, no espírito do bebê, a consciência de que a mãe - ou quem lhe faça as vezes - é um outro ser - separado dele.
A descoberta dessa separação, dizem os psicanalistas, provoca no bebê uma sensação de perda e frustração, traduzida em angústia e dor psíquica. A tal frustração, que seria universal, dão os psicanalistas o nome de "angústia de separação". Instala-se a partir daí uma sensação de desamparo e insegurança que nos acompanhará por toda a vida, gerando uma necessidade vital de aconchego, carinho e amor que passam a constituir - mesmo que nem todos tenham consciência disso - a principal aspiração de nossa vida e uma condição indispensável para a felicidade e a saúde.
Do que foi exposto, creio ter ficado claro ao leitor que da angústia de separação todos padecemos, bem como de suas conseqüências. O que seria "normal" e universal complica-se, no entanto, quando a dor psíquica por ela gerada ultrapassa a capacidade da estrutura emocional da criança de absorvê-la e com ela conviver. Isso pode ocorrer, seja porque o bebê tem sua estrutura emocional mais frágil por determinantes genéticos, independendo pois do grau de zelo e amor maternos, seja por real ausência, inadequação ou incapacidade da mãe (ou de quem lhe faça as vezes) de transmitir presença, afeto e segurança.
Para fazer face a esse nível intolerável de angústia, a criança reage desenvolvendo um conceito grandioso e hipertrofiado de si mesmo ou uma imagem idealizada de perfeição absoluta. Em quaisquer dessas hipóteses, ressalta Sampaio "o que vai marcar essa personalidade será a impossibilidade de estabelecer qualquer tipo de relação em que veja o outro que não a si próprio." Será, pois, uma personalidade 'narcisista', com grandes dificuldades de estabelcer vínculos afetivos, voltada para si mesma e, paradoxalmente, bastante insegura quanto ao próprio valor.
A "angústia da separação", não é, contudo, a causa única dessa insegurança. A partir dela, isto é, a partir do momento em que a criança vai tomando conta de que o mundo não se concentra nela mesma e vai tomando contato com os outros, começa também o caminho de seu crescimento e desenvolvimento como pessoa. Lógico que as peculiaridades e potencialidades individuais, ligadas ao padrão genético de cada um, serão importantes. Mas, em meu modo de ver, de importância maior será a influência do contato com os adultos que cercam a criança [...]"
O medo da felicidade
"[...] Algo parecido, já dissemos acima, ocorre com o bebê em relação ao seio materno: tanto dele necessita, tanto teme perdê-lo, que chega a lhe ser hostil por reconhecer seu poder de causar-lhe sofrimento. Gikovate descreve esse medo como uma "sensação de iminência de catástrofe que sempre acompanha nossos momentos mais felizes." [...] É como se, no fundo, não nos julgássemos merecedores daquela felicidade. Ou seja, não conseguimos vivenciá-la sem culpa, mesmo que uma culpa inconsciente. E vivida com esse sentimento de culpa, a felicidade se esvai, não existe.
[...] a felicidade seria pura e simplesmente a ausência de sofrimento. Lembro, a esse respeito, a citação de Goethe, segundo a qual "nada nos é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos."
[...] Essa relação que tento estabelecer - entre felicidade e morte - já foi notada por outros autores e fica bem evidente na expressão "podia morrer agora" que muitas vezes empregamos nos momentos felizes. Talvez quem melhor resumiu a ambivalência e a angústia que a felicidade pode provocar tenha sido o pensador espanhol Julian Marías, quando disse que "a felicidade é extremamente vulnerável. Ela é um risco, e só como risco deve ser assumida."
Wednesday, February 13, 2008
Tremulamente estável
Meu bolo fumegante se movia com os tentáculos do Davy Jones.
Um cheiro me deixou completamente entorpecida...
Que delirante é realmente cultivar afeto por alguém!
Sozinha eu penso... Cadê eu?
Cadê?
O que
será
de
mim?
onde vou
me
encontrar
e
sentir
um encaixe
entre
meu corpo
e minha
alma?
Preciso destruir o quê mais amo?
Um cheiro me deixou completamente entorpecida...
Que delirante é realmente cultivar afeto por alguém!
Sozinha eu penso... Cadê eu?
Cadê?
O que
será
de
mim?
onde vou
me
encontrar
e
sentir
um encaixe
entre
meu corpo
e minha
alma?
Preciso destruir o quê mais amo?
Tuesday, February 05, 2008
Ca ÓTICA - veja só!
Pessoas certinhas; coisas diferentes; sentimentos de orgulho pelo sofrimento passado; o lado dark da bíblia; ciúme (que tento controlar ao máximo, contornando meus pensamentos, dizendo "não é bem assim"... "veja bem" ... "leve isso em consideração"); o comportamento humano analisado em um confinamento; stress; um livro que em poucas páginas me ensinou porque temos tanta necessidade de receber afeto; o nascimento; a reprodução; a vida; o trabalho; o ser humano moderno longe da tecnologia; o medo; a dúvida; a esperança; o egoísmo; o exibicionismo; relacionamentos; pesadelos; sentimentos desfeitos; morte...
tanto pensei...
tanto pude aprender.
mas ainda vivo alienada...
buscando acalento em pensamentos, na memória de momentos que elevaram meu ego... egoísmo! Narcisismo... eu também soube tudo o que precisava saber sobre isso, e onde exatamente me encaixo nessa questão!
Eu vou levar ainda muitos posts pra dizer tudo o que quero... e organizar as idéias.
Por enquanto ainda sou parte do ontem:
Lama... Água... Chuva... Problemas... Estrada.
Tudo... Foi loucura!
Mas a mais louca aventura foi ter me perdido dentro de mim.
Tá difícil de agüentar. Por vezes dá pra me tapear... Por outras, desisto de mim. Tá foda!
tanto pensei...
tanto pude aprender.
mas ainda vivo alienada...
buscando acalento em pensamentos, na memória de momentos que elevaram meu ego... egoísmo! Narcisismo... eu também soube tudo o que precisava saber sobre isso, e onde exatamente me encaixo nessa questão!
Eu vou levar ainda muitos posts pra dizer tudo o que quero... e organizar as idéias.
Por enquanto ainda sou parte do ontem:
Lama... Água... Chuva... Problemas... Estrada.
Tudo... Foi loucura!
Mas a mais louca aventura foi ter me perdido dentro de mim.
Tá difícil de agüentar. Por vezes dá pra me tapear... Por outras, desisto de mim. Tá foda!
Saturday, January 19, 2008
ARRRRnaldo canta por mim
Quando eu quis você
Você não me quis
Quando eu fui feliz
Você foi ruim
Quando foi afim
Não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder?
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Quando eu quis você
Você desprezou
Quando se acabou
Quis voltar atrás
Quando eu fui falar
Minha voz falhou
Tudo se apagou, você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder?
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder?
- - -
(Lupcínio Rodrigues)
Agora você vai ouvir aquilo que merece
As coisas ficam muito boas quando a gente esquece
Mas acontece que eu não esqueci a sua covardia
A sua ingratidão
A judiaria que você um dia
Fez pro coitadinho do meu coração
Essas palavras que eu estou lhe falando
Têm uma verdade pura, nua e crua
Eu estou lhe mostrando a porta da rua
Pra que você saia sem eu lhe bater
Já chega o tempo que eu fiquei sozinho
Que eu fiquei sofrendo, que eu fiquei chorando
Agora quando eu estou melhorando
Você me aparece pra me aborrecer
- - -
E eu me lembro bem, como se fosse hoje!
Meu corpo estremecendo, meus dentes quase se quebrando e a vontade de chorar crescia, por sentir tanto frio.
Meia noite ou mais, toda molhada, implorando por um abraço, mas você ouvia?
Sem equilíbrio, procurava alguém pra me apoiar...
E acabava no chão.
Não tinha nada de carinho, parece que você só me enxergava mesmo minha feminilidade. E esperava eu abrir as portas pra entrar, depois sair segundo sua vontade, e sem dizer adeus, ou tchau, já que dizia não gostar do adeus.
Tudo o que eu dizia, era "rodeio pra enfim nada dizer".
Tudo que eu sentia nada significava.
Nem eu consigo imaginar o quanto eu sofri.
Noites, pesadelos, lembranças, tanta frustração.
Quando eu consigo esquecer um pouco...
Olhar por outro ângulo...
Ter sentimentos totalmente diferentes...
Sou convidada a mexer em tudo aquilo?
Não quero mais.
Eu cansei.
Não tenho mais medo...
O quê tinha a perder, já perdi...
O que mais prezava já se foi.
A saudade já não existe...
Passou, passou.
Agora chega!
Você não me quis
Quando eu fui feliz
Você foi ruim
Quando foi afim
Não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder?
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Quando eu quis você
Você desprezou
Quando se acabou
Quis voltar atrás
Quando eu fui falar
Minha voz falhou
Tudo se apagou, você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder?
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder?
- - -
(Lupcínio Rodrigues)
Agora você vai ouvir aquilo que merece
As coisas ficam muito boas quando a gente esquece
Mas acontece que eu não esqueci a sua covardia
A sua ingratidão
A judiaria que você um dia
Fez pro coitadinho do meu coração
Essas palavras que eu estou lhe falando
Têm uma verdade pura, nua e crua
Eu estou lhe mostrando a porta da rua
Pra que você saia sem eu lhe bater
Já chega o tempo que eu fiquei sozinho
Que eu fiquei sofrendo, que eu fiquei chorando
Agora quando eu estou melhorando
Você me aparece pra me aborrecer
- - -
E eu me lembro bem, como se fosse hoje!
Meu corpo estremecendo, meus dentes quase se quebrando e a vontade de chorar crescia, por sentir tanto frio.
Meia noite ou mais, toda molhada, implorando por um abraço, mas você ouvia?
Sem equilíbrio, procurava alguém pra me apoiar...
E acabava no chão.
Não tinha nada de carinho, parece que você só me enxergava mesmo minha feminilidade. E esperava eu abrir as portas pra entrar, depois sair segundo sua vontade, e sem dizer adeus, ou tchau, já que dizia não gostar do adeus.
Tudo o que eu dizia, era "rodeio pra enfim nada dizer".
Tudo que eu sentia nada significava.
Nem eu consigo imaginar o quanto eu sofri.
Noites, pesadelos, lembranças, tanta frustração.
Quando eu consigo esquecer um pouco...
Olhar por outro ângulo...
Ter sentimentos totalmente diferentes...
Sou convidada a mexer em tudo aquilo?
Não quero mais.
Eu cansei.
Não tenho mais medo...
O quê tinha a perder, já perdi...
O que mais prezava já se foi.
A saudade já não existe...
Passou, passou.
Agora chega!
Friday, January 11, 2008
SRG - versos vezes três
(Não há nada melhor no mundo do quê o sorriso e as brincadeiras dos dois amores da minha vida!)
Se não há o quê pensar
Sobre o que vai fazer
Olhe para o Sol
Para esclarecer
E cegar os seus medos
E derreter os seus dedos
Espetar o seu ombro
Com agulha de um mongo
Quando eu for assinar
Vou deixar minhas mãos circularem
Depois que cagarem
Ou desenharem
Ou peidarem
Ou "enquadradarem"
Ou *-.~^´* (símbolo misterioso)
Assina aqui pra mim, por favor!
Se não há o quê pensar
Sobre o que vai fazer
Olhe para o Sol
Para esclarecer
E cegar os seus medos
E derreter os seus dedos
Espetar o seu ombro
Com agulha de um mongo
Quando eu for assinar
Vou deixar minhas mãos circularem
Depois que cagarem
Ou desenharem
Ou peidarem
Ou "enquadradarem"
Ou *-.~^´* (símbolo misterioso)
Assina aqui pra mim, por favor!
Assimetria
Quero sentir
A viscosidade de cada órgão
Escondido pela pele
Apertar com força e sofreguidão
Essas veias banhadas em vermelho
Sorrir cinicamente
Namorando a pulsação
Enlouquecer
Contemplando o coração
Estranha emoção
Entranha em exposição
Fuga da coesão
Libertação
Brincar de profanar
Abstrair a tentação
Estremecer dos pés à visão
Sem destino, ser estátua de marfim
Lavada de solidão, jogada no chão
Esperando alguém entrar em mim.
(Escrito nesta madrugada chata; finalizado na privada; borboleta a girar em torno da luz).
A viscosidade de cada órgão
Escondido pela pele
Apertar com força e sofreguidão
Essas veias banhadas em vermelho
Sorrir cinicamente
Namorando a pulsação
Enlouquecer
Contemplando o coração
Estranha emoção
Entranha em exposição
Fuga da coesão
Libertação
Brincar de profanar
Abstrair a tentação
Estremecer dos pés à visão
Sem destino, ser estátua de marfim
Lavada de solidão, jogada no chão
Esperando alguém entrar em mim.
(Escrito nesta madrugada chata; finalizado na privada; borboleta a girar em torno da luz).
A eterna busca de si mesmo (2)
Apesar dos pesares, foi legal escrever essas babaquices naquela biblioteca legal! ¬¬
O dia amanhece sem razão. O sol cintila. Os olhos perambulam, avistando a paisagem da janela. Céu azul, um dia que clama para ser visto. As mãos esfregam os olhos, a cabeça agita-se freneticamente para livrar-se de devaneios passados e as mãos apóiam-se na cama. Não há coragem, mas há força. Uma força inata. Um desejo de vislumbrar o mundo por mais vinte e quatro horas.
O vento parece acariciar o asfalto. As árvores são embaladas como se fossem bebês ao som de uma canção de ninar. De repente, avista-se carros em fúria e fumaça; pessoas em alta velocidade, matando o tempo para dominar com precisão seus compromissos. É uma correria desenfreada: as lojas com letreiros coloridos e exibicionismo. O mendigo a querer beneficiar-se com o fruto do esforço alheio. A mulher com expressão cansada carregando o filho no colo. A crianças sorrindo à caminho da escola. Eu a observar, e pensar: "Qual o real sentido da existência?"
As pessoas nascem, crescem, talvez venham a gerar descendentes, para depois cair no vazio, na morte, como uma flor que murcha, cansada de esbanjar beleza.
Logo olho em outra direção, e percebo que ainda sou a flor cheia de vida. Que mesmo em um jardim ensangüentado, recebo a luz do alto, e posso continuar a florescer.
Busco meu caminho. Às vezes nada dá certo: as portas se fecham. Os carros quase me atropelam. As crianças me olham e caçoam baixinho da minha "vida adulta". Eu tropeço no mendigo. Vejo minhas cartas de amor no lixo. Minha vida a ser delineada, e não há chances para o contorno acontecer. Penso que é mesmo tudo muito difícil, e eu poderia deixar de acreditar em futuros êxitos. Mas a noite me acalma, me acalenta e me dá esperança para continuar buscando partes de mim perdidas pela cidade. Eu tenho a ilusão de viver para montar meu quebra-cabeças, e nada mais. Caio no mundo escuro dos sonhos; para mais tarde acordar para mais um dia. Com ou sem razão.
O dia amanhece sem razão. O sol cintila. Os olhos perambulam, avistando a paisagem da janela. Céu azul, um dia que clama para ser visto. As mãos esfregam os olhos, a cabeça agita-se freneticamente para livrar-se de devaneios passados e as mãos apóiam-se na cama. Não há coragem, mas há força. Uma força inata. Um desejo de vislumbrar o mundo por mais vinte e quatro horas.
O vento parece acariciar o asfalto. As árvores são embaladas como se fossem bebês ao som de uma canção de ninar. De repente, avista-se carros em fúria e fumaça; pessoas em alta velocidade, matando o tempo para dominar com precisão seus compromissos. É uma correria desenfreada: as lojas com letreiros coloridos e exibicionismo. O mendigo a querer beneficiar-se com o fruto do esforço alheio. A mulher com expressão cansada carregando o filho no colo. A crianças sorrindo à caminho da escola. Eu a observar, e pensar: "Qual o real sentido da existência?"
As pessoas nascem, crescem, talvez venham a gerar descendentes, para depois cair no vazio, na morte, como uma flor que murcha, cansada de esbanjar beleza.
Logo olho em outra direção, e percebo que ainda sou a flor cheia de vida. Que mesmo em um jardim ensangüentado, recebo a luz do alto, e posso continuar a florescer.
Busco meu caminho. Às vezes nada dá certo: as portas se fecham. Os carros quase me atropelam. As crianças me olham e caçoam baixinho da minha "vida adulta". Eu tropeço no mendigo. Vejo minhas cartas de amor no lixo. Minha vida a ser delineada, e não há chances para o contorno acontecer. Penso que é mesmo tudo muito difícil, e eu poderia deixar de acreditar em futuros êxitos. Mas a noite me acalma, me acalenta e me dá esperança para continuar buscando partes de mim perdidas pela cidade. Eu tenho a ilusão de viver para montar meu quebra-cabeças, e nada mais. Caio no mundo escuro dos sonhos; para mais tarde acordar para mais um dia. Com ou sem razão.
Friday, January 04, 2008
Oh, my GOD!
Acho que não sou tão egoísta assim!
As feridas me ajudaram a notar que se ferir é inevitável (que coisa, não!?) , e "pôr o dedo na ferida" me deixa um tanto triste. Mas já me conformei. Já fui destruída por tanto. Já não me deixaria prostrada por muito tempo se caísse a qualquer instante. Se recebesse mais humilhações. Como um troféu a dor viria mais uma vez. Mas não posso mais ser a vítima, e me entregar, levantar esse "prêmio" como um alento. Querer perder todas as esperanças. Fazer como sempre: jogar fora coisas que lembram o passado, querer arrancar tudo, esquecer, enterrar. Mas não dá! É tudo real. Faz parte de mim, embora eu finja que sou apenas um corpo e uma mente esvaziada, e perdida no vazio.
Ilusões... As minhas foram desmascaradas pelo tempo. Mas não é justo que eu queira fazer as pessoas deixarem de buscá-las. É mais fácil ver alguém fracassar. É mais fácil se apegar a alguém que se sente triste. Às vezes dá raiva... Perceber que é só você que se sente sozinho. Que a vida não lhe sorri, que você parece desamparado, sem cor, sem vida.
E eu... Não sei! Quando realizava coisas (como no ano que passou... realizei tanta coisa que queria, e acabava sentindo culpa por isso). Sinto culpa por ser feliz. Acho que há muita coisa injusta. Que os homens são muito egoístas. Que ninguém suporta ser contrariado. Que realmente dói demais você saber que não vale nada a alguém. Talvez valha por uma semana, quem sabe... Enquanto satisfaz necessidades, a qualquer nível humano.
E eu me pergunto: "POR QUE?"
Pra quê uma vida tão complicada?
Se de fato existe um Deus, o que Ele quer com tudo isso?!
Recompensa depois... Viver eternamente?! Isso é desesperador. Se não suporto viver uma vida que na maior das expectativas, duraria 100 anos... A eternidade seria extremamente amedrontante!
E tudo isso que eu penso pode me levar ao inferno?! A queimar eternamente também?!
E eu vou lá saber medir a dor?
Talvez queimar eternamente não seria nem uma pequenina parcela de sofrimento se compararmos com guerras, fome, fortes angústias...
O que costumo pensar é que a vida é uma coisa louca mesmo... E que vamos morrer e fim. Mas e onde se encaixam os acontecimentos sobrenaturais?! Seria fruto da imaginação? Loucura?
Então acontece que a natureza se transformou sozinha. Ah, legal!
Os peixes viraram répteis!
O animalzinho comedor de bananas de repente adquiriu um cérebro pensante. E ainda depois ele tomou consciência de que SABIA que SABIA. Sapiens sapiens. Bobo boboca! Destruidor de si mesmo. Eu não entendo!
Cada um inventa a historinha mais legal e confortante.
Houve um tempo em que eu ia a igreja, estudava filosofia e a origem da vida. Nada me satisfez. E ainda não sei o quê faço aqui. Às vezes paro para filosofar, e acho lindo o jeito como as coisas acontecem catastroficamente, porém de maneira poética na minha vida; acho encantador, e penso que há algo ao além, indecifrável, e por isso tão belo, pra depois virar sentimento e dúvida, razão sem razão, uma FORÇA, um espírito, um um um ... ah!
Fico incomodada por não conseguir ter fé em Deus... É muito a se pensar. Alguém que governa tudo. E quando dizem "Deus me ama!" . Caralho! Deus odiaria alguém?! Teria sentimentos? E ressentimentos? Se tivesse não seria perfeito. Seria humano. E se somos reflexos de Deus, ele é de fato humano!? Se é, por que superior, se imperfeito?! E de onde ele surgiu!?
Agora, exatamente agora meus olhos começam a formar lágrimas, e um arrepio percorre meus braços. Vem justamente a minha mente a imagem de Deus, criada quando eu era criança. Lá em cima, um homem de poderes, barba branca enorme. E de repente lembro quando perguntava a minha mãe: "E de onde ele surgiu?!" ... E vislumbro um buraco. Ele surgindo. Mas de onde? E vejo as trevas (que não sei por que, me lembravam de plantas verdes)... E depois meus olhos percorrem montanhas. E Deus lá, lá em cima. É tão psicodélico, que acho que nem que eu usasse drogas, conseguiria ter tais sensações e imaginações. Aliás, por falar em drogas... Se elas transformam tanto a mente de um usuário, faz ele "ver coisas", por que a mente não seria capaz de criar TUDO? Mas e a mente primitiva? Surgiu por geração espontânea?!
Deus! Deus! Deus! Às vezes oro... Clamo! E não sei o quê dizer. Mas peço perdão. Porque eu sou fraca. Porque eu não consigo mesmo ter uma opinião formada. Porque quando eu preciso, eu choro e clamo como que para aliviar, para estacionar aflições. Eu escrevo por escrever, penso por pensar, e é tudo tão incoerente. E quase ninguém me compreende. Eu fico sozinha. E demoro a cair na minha "morte temporária" (sono). Talvez a morte seja um sonho. Talvez a vida seja uma brincadeira. Talvez Deus esteja rindo de tudo isso aqui. Talvez isso tudo que eu sinta seja uma fumaça negra, vinda do cigarro de uma tuatara que inventou-se e deu-se a vida. Talvez nada disso exista. E quem sabe eu seja auto-destrutiva?! Sei que no fim, os bichinhos vão mesmo me comer, e essa carinha que gosto de ver no espelho vai se desfazer. Mas porra, eu disse FIM?! Eu não sei o que é o fim! Eu não conheço nem o começo, como vou saber do fim?!
Eu não uso drogas, JURO!
Por Deus?!
Que Deus me perdoe por estar usando seu santo nome em vão!
Mas ele é mesmo santo!?? O quê faz dele santo?
Ah, Senhor. Perdoe-me. Eu não sei o que digo.
As feridas me ajudaram a notar que se ferir é inevitável (que coisa, não!?) , e "pôr o dedo na ferida" me deixa um tanto triste. Mas já me conformei. Já fui destruída por tanto. Já não me deixaria prostrada por muito tempo se caísse a qualquer instante. Se recebesse mais humilhações. Como um troféu a dor viria mais uma vez. Mas não posso mais ser a vítima, e me entregar, levantar esse "prêmio" como um alento. Querer perder todas as esperanças. Fazer como sempre: jogar fora coisas que lembram o passado, querer arrancar tudo, esquecer, enterrar. Mas não dá! É tudo real. Faz parte de mim, embora eu finja que sou apenas um corpo e uma mente esvaziada, e perdida no vazio.
Ilusões... As minhas foram desmascaradas pelo tempo. Mas não é justo que eu queira fazer as pessoas deixarem de buscá-las. É mais fácil ver alguém fracassar. É mais fácil se apegar a alguém que se sente triste. Às vezes dá raiva... Perceber que é só você que se sente sozinho. Que a vida não lhe sorri, que você parece desamparado, sem cor, sem vida.
E eu... Não sei! Quando realizava coisas (como no ano que passou... realizei tanta coisa que queria, e acabava sentindo culpa por isso). Sinto culpa por ser feliz. Acho que há muita coisa injusta. Que os homens são muito egoístas. Que ninguém suporta ser contrariado. Que realmente dói demais você saber que não vale nada a alguém. Talvez valha por uma semana, quem sabe... Enquanto satisfaz necessidades, a qualquer nível humano.
E eu me pergunto: "POR QUE?"
Pra quê uma vida tão complicada?
Se de fato existe um Deus, o que Ele quer com tudo isso?!
Recompensa depois... Viver eternamente?! Isso é desesperador. Se não suporto viver uma vida que na maior das expectativas, duraria 100 anos... A eternidade seria extremamente amedrontante!
E tudo isso que eu penso pode me levar ao inferno?! A queimar eternamente também?!
E eu vou lá saber medir a dor?
Talvez queimar eternamente não seria nem uma pequenina parcela de sofrimento se compararmos com guerras, fome, fortes angústias...
O que costumo pensar é que a vida é uma coisa louca mesmo... E que vamos morrer e fim. Mas e onde se encaixam os acontecimentos sobrenaturais?! Seria fruto da imaginação? Loucura?
Então acontece que a natureza se transformou sozinha. Ah, legal!
Os peixes viraram répteis!
O animalzinho comedor de bananas de repente adquiriu um cérebro pensante. E ainda depois ele tomou consciência de que SABIA que SABIA. Sapiens sapiens. Bobo boboca! Destruidor de si mesmo. Eu não entendo!
Cada um inventa a historinha mais legal e confortante.
Houve um tempo em que eu ia a igreja, estudava filosofia e a origem da vida. Nada me satisfez. E ainda não sei o quê faço aqui. Às vezes paro para filosofar, e acho lindo o jeito como as coisas acontecem catastroficamente, porém de maneira poética na minha vida; acho encantador, e penso que há algo ao além, indecifrável, e por isso tão belo, pra depois virar sentimento e dúvida, razão sem razão, uma FORÇA, um espírito, um um um ... ah!
Fico incomodada por não conseguir ter fé em Deus... É muito a se pensar. Alguém que governa tudo. E quando dizem "Deus me ama!" . Caralho! Deus odiaria alguém?! Teria sentimentos? E ressentimentos? Se tivesse não seria perfeito. Seria humano. E se somos reflexos de Deus, ele é de fato humano!? Se é, por que superior, se imperfeito?! E de onde ele surgiu!?
Agora, exatamente agora meus olhos começam a formar lágrimas, e um arrepio percorre meus braços. Vem justamente a minha mente a imagem de Deus, criada quando eu era criança. Lá em cima, um homem de poderes, barba branca enorme. E de repente lembro quando perguntava a minha mãe: "E de onde ele surgiu?!" ... E vislumbro um buraco. Ele surgindo. Mas de onde? E vejo as trevas (que não sei por que, me lembravam de plantas verdes)... E depois meus olhos percorrem montanhas. E Deus lá, lá em cima. É tão psicodélico, que acho que nem que eu usasse drogas, conseguiria ter tais sensações e imaginações. Aliás, por falar em drogas... Se elas transformam tanto a mente de um usuário, faz ele "ver coisas", por que a mente não seria capaz de criar TUDO? Mas e a mente primitiva? Surgiu por geração espontânea?!
Deus! Deus! Deus! Às vezes oro... Clamo! E não sei o quê dizer. Mas peço perdão. Porque eu sou fraca. Porque eu não consigo mesmo ter uma opinião formada. Porque quando eu preciso, eu choro e clamo como que para aliviar, para estacionar aflições. Eu escrevo por escrever, penso por pensar, e é tudo tão incoerente. E quase ninguém me compreende. Eu fico sozinha. E demoro a cair na minha "morte temporária" (sono). Talvez a morte seja um sonho. Talvez a vida seja uma brincadeira. Talvez Deus esteja rindo de tudo isso aqui. Talvez isso tudo que eu sinta seja uma fumaça negra, vinda do cigarro de uma tuatara que inventou-se e deu-se a vida. Talvez nada disso exista. E quem sabe eu seja auto-destrutiva?! Sei que no fim, os bichinhos vão mesmo me comer, e essa carinha que gosto de ver no espelho vai se desfazer. Mas porra, eu disse FIM?! Eu não sei o que é o fim! Eu não conheço nem o começo, como vou saber do fim?!
Eu não uso drogas, JURO!
Por Deus?!
Que Deus me perdoe por estar usando seu santo nome em vão!
Mas ele é mesmo santo!?? O quê faz dele santo?
Ah, Senhor. Perdoe-me. Eu não sei o que digo.
Tuesday, January 01, 2008
FELIZ 2008!
O ano vai chegando ao fim...
E você pensa: "Esse não foi o meu ano... Deu tudo errado! Nada me importa, vou fazer o que tiver vontade!" (e se fosse pra pensar filosoficamente, diria que o próximo ano vai ser zilhões de vezes pior!)
Então começa a encher a cara, xingar em pensamento o filho da puta que te fez mal, ver amigos que você não viu durante todos esses meses, ligar e receber ligações de/para pessoas com as quais você mal trocou olhares nesses 365 dias, deixar de se importar com as conseqüências e fazer coisas até imorais!
Porque depois vai surgir o próximo ano, e ao final da contagem regressiva para a meia-noite, tudo de obscuro vai se dissipar. E nada mais de vícios... tristeza... desentendimentos...
"Nesse ano eu deixo de fumar!"
"Nesse ano eu quero alguém para amar, e ser fiel!"
"Nesse ano eu não vou mais ter crises existenciais, vou ser feliz e viver intensamente!"
"Nesse ano... nesse ano... nesse ano..." (aaarghhh, movimento me deixa tonta e com mais vontade de vomitar...)
E lá vai a multidão... Com roupas novas, cores que simbolizam desejos, abraços, beijos, promessas, reconciliações, sorrisos, cumprimentos... Enfim!
Fiquei até com medo de ser a mesma de 2007... Tanto sofrimento, tanta aventura louca e neurose, tanto que errei... Eu não quero mais!
Mas que ilusão! Nada muda... É tudo igual... Sou a mesma de 17 anos atrás (quase 18), carrego partículas de tudo que ganhei na vida, até mesmo o que perdi... Há ainda resquícios de 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,2007...
Todos esses anos fazem de mim o que sou...
E o lado medonho de tudo isso é ator coadjuvante nesse drama do meu viver! hahah
FOGOS...
Náusea... Vertigem... Nos lábios um sabor agridoce... Dor de cabeça!
ALEGRIA!
É mais um ano que começa...
Não quero mais as mesmas esperanças do ano passado...
Quero viver me aventurando mais...
Ganhar, perder...
Faz parte do jogo!
E vamos lá...
(para o banheiro)
TCHAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
E você pensa: "Esse não foi o meu ano... Deu tudo errado! Nada me importa, vou fazer o que tiver vontade!" (e se fosse pra pensar filosoficamente, diria que o próximo ano vai ser zilhões de vezes pior!)
Então começa a encher a cara, xingar em pensamento o filho da puta que te fez mal, ver amigos que você não viu durante todos esses meses, ligar e receber ligações de/para pessoas com as quais você mal trocou olhares nesses 365 dias, deixar de se importar com as conseqüências e fazer coisas até imorais!
Porque depois vai surgir o próximo ano, e ao final da contagem regressiva para a meia-noite, tudo de obscuro vai se dissipar. E nada mais de vícios... tristeza... desentendimentos...
"Nesse ano eu deixo de fumar!"
"Nesse ano eu quero alguém para amar, e ser fiel!"
"Nesse ano eu não vou mais ter crises existenciais, vou ser feliz e viver intensamente!"
"Nesse ano... nesse ano... nesse ano..." (aaarghhh, movimento me deixa tonta e com mais vontade de vomitar...)
E lá vai a multidão... Com roupas novas, cores que simbolizam desejos, abraços, beijos, promessas, reconciliações, sorrisos, cumprimentos... Enfim!
Fiquei até com medo de ser a mesma de 2007... Tanto sofrimento, tanta aventura louca e neurose, tanto que errei... Eu não quero mais!
Mas que ilusão! Nada muda... É tudo igual... Sou a mesma de 17 anos atrás (quase 18), carrego partículas de tudo que ganhei na vida, até mesmo o que perdi... Há ainda resquícios de 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,2007...
Todos esses anos fazem de mim o que sou...
E o lado medonho de tudo isso é ator coadjuvante nesse drama do meu viver! hahah
FOGOS...
Náusea... Vertigem... Nos lábios um sabor agridoce... Dor de cabeça!
ALEGRIA!
É mais um ano que começa...
Não quero mais as mesmas esperanças do ano passado...
Quero viver me aventurando mais...
Ganhar, perder...
Faz parte do jogo!
E vamos lá...
(para o banheiro)
TCHAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
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