Saturday, March 08, 2008

EU, ROBÔA

Já pensou você vir ao mundo programado? Perfeitamente direcionado às suas tarefas? Executando com precisão suas ações?
Que Universo seria o seu?
O "sentir" não atrapalharia o desempenho. O "coração" não lhe faria perder tardes de sábado, com palavras e euforia, a querer poetizar a simples respiração.
Seria tudo estável, cinza e cheirando à escritório. O fim seria o enferrujar "em fogo baixo", até que ocorresse falência múltipla dos segmentos. E você cairia ao chão, e seria escravo da inexistência eterna. Pior: ninguém choraria sua morte.

Seria melhor assim, meu querido progenitor?

Aquele tapa fez todo o meu sangue ferver, a ponto de transbordar pelo chão da cozinha. Mas me calei, nos calamos; desde segunda-feira. Somos humanos, e o engraçado é que temos as mesmas falhas, como minha mãe dizia no mesmo dia à mesa do café: "Não adianta você querer consertar essas coisas nela; ela puxou a você!"
Sei que nosso amor e ligação são imensos. Que sejam perdoadas nossa agressividade desnecessária, e nossa dificuldade de lidar com impulsos e sentimentos. Vamos ficar sem trocar palavras até quando? Não precisamos disso!

Eu ando tão ansiosa e confusa, que já não sei nem mesmo a diferença entre um BO e um OB!

E agora, vivo numa geladeira isolada do mundo com uma loira e um homem. Tá sendo legal!

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