Jul/09
Nesta folha, apanhada no banheiro do hospital, registro aquilo que preciso que seja dito, expelido, expulsado.
Minha vida é quase uma vergonha, de tão insignificante, confrontada e espremida por tantos corpos perecíveis que dividem o espaço comigo, e são alheios, aversivos a mim.
Meus olhos, fatigados, inchados, tão apáticos, nebulosos, quando os fecho, veem as muitas imagens embaralhadas, e empileiradas nas estantes da memória - lá, o pó das dores, de tudo que pude ser e não fui, de toda a minha estranheza com o que sou, arde-me o nariz.
Acho que quem conta histórias assim como eu, morre um pouquinho para a vida. A representação não reporta com fidelidade a vivência. E quem, como eu, escreve, esquece um pouco do que é real.
Mas escrever, meu amigo, é minha prece, compreenda.
Quando deito na (apagaram a luz do hospital, escrevo no escuro, nem sei se escrevo).
Dormi. Sonhei que flutuava, girava em distintas direções.
4 comments:
Adoro como vc escreveu, adoro que vc faça parte da minha vida... amo vc!
Passando só pra deixar um beijo!
Te amo muuuito mesmo!
Beijos!
Vc escreve muito bem, e escreve coisas que eu gostaria de ter escrito e nunca consegui.
Vc me parece ter uma mente riquíssima. Sinceramente, vc é uma pessoa que eu gostaria de, um dia, conhecer pessoalmente.
Bjo
E esse desespero que vc (nós) sente (sentimos), não é de todo ruim, te faz escrever coisas belíssimas.
E as pessoas nem sempre são agradáveis, muitas vezes elas incomodam muito. Vc não é a única culpada por essa sensação de sufocamento. "O inferno são os outros." rs
Eu tb não me adaptei muito a esse mundo, um mundo novo é uma boa idéia!! Eu topo criar um novo com vc!! rsrsrs
Beijos
Palavras vicerais,....gostei
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