Monday, July 13, 2009

Transcrição não fiel de um dia desses

Jul/09

Nesta folha, apanhada no banheiro do hospital, registro aquilo que preciso que seja dito, expelido, expulsado.
Minha vida é quase uma vergonha, de tão insignificante, confrontada e espremida por tantos corpos perecíveis que dividem o espaço comigo, e são alheios, aversivos a mim.
Meus olhos, fatigados, inchados, tão apáticos, nebulosos, quando os fecho, veem as muitas imagens embaralhadas, e empileiradas nas estantes da memória - lá, o pó das dores, de tudo que pude ser e não fui, de toda a minha estranheza com o que sou, arde-me o nariz.
Acho que quem conta histórias assim como eu, morre um pouquinho para a vida. A representação não reporta com fidelidade a vivência. E quem, como eu, escreve, esquece um pouco do que é real.
Mas escrever, meu amigo, é minha prece, compreenda.
Quando deito na (apagaram a luz do hospital, escrevo no escuro, nem sei se escrevo).
Dormi. Sonhei que flutuava, girava em distintas direções.

4 comments:

RITINHA said...

Adoro como vc escreveu, adoro que vc faça parte da minha vida... amo vc!
Passando só pra deixar um beijo!
Te amo muuuito mesmo!
Beijos!

Tyler Durden said...

Vc escreve muito bem, e escreve coisas que eu gostaria de ter escrito e nunca consegui.

Vc me parece ter uma mente riquíssima. Sinceramente, vc é uma pessoa que eu gostaria de, um dia, conhecer pessoalmente.
Bjo

Tyler Durden said...

E esse desespero que vc (nós) sente (sentimos), não é de todo ruim, te faz escrever coisas belíssimas.

E as pessoas nem sempre são agradáveis, muitas vezes elas incomodam muito. Vc não é a única culpada por essa sensação de sufocamento. "O inferno são os outros." rs

Eu tb não me adaptei muito a esse mundo, um mundo novo é uma boa idéia!! Eu topo criar um novo com vc!! rsrsrs

Beijos

Maldito said...

Palavras vicerais,....gostei