Monday, March 17, 2008

17 de Março!

  • Um anjinho me fez conhecer o mundo há 18 anos atrás.
    Dizem que anjos têm asas e cabelos cacheados; o meu tinha força e emoção. Achava-me o mais precioso dos tesouros, quando eu era apenas um ser pequenino, ensangüentado e choroso.
    Quem dera pudesse ser parte dela a vida toda! Alguém com tanta coragem e amor, talvez bastasse para que eu (sobre)vivesse nesse Universo esquisito.
    Eu sei! A vida é louca!
    Tantos dias e noites difíceis...
    Tanta rebeldia minha que lhe causava dor; porque você sabia que o sofrimento vivia em cada célula do meu corpo.
    Tanto carinho...
    O tempo me tornou mulher, em todos os sentidos; mas sou ainda aquele bebê imaturo, e agora ando, corro, choro, sinto por aí, sem por fim compreender essa aventura.
    Hoje, em minha tentativa de ser responsável, tento estar séria em um lugar com pessoas que me vêem, mas não me sentem. Sou um número, ou ainda alguém que precisa fazer números. Mas não hesito: ignoro as pessoas, as paredes, o computador, para voltar-me ao meu EU e registrar que sinto você em mim, e que isso me faz molhar a folha com lágrimas inexplicáveis. Esqueço tudo o que passou. Não me preocupo com o amanhã. Só quero você em mim... Mãe!

"Ora quem é que não sabe
O que é se sentir sozinho
Mais sozinho que um elevador vazio
Achando a vida tão chata
Achando a vida mais chata do que um cantor de soul
Sou eu quem te refresca a memória
Quando te esqueces de regar as plantas
E de despendurar as roupas brancas no varal
Só faz milagres quem crê que faz milagres
Como transformar lágrima em canção
Vejo os pombos no asfalto
Eles sabem voar alto
Mas insistem em catar as migalhas do chão
Sei rir mostrando os dentes
E a língua afiada mais cortante
Que um velho blues
Mas hoje eu só quero chorar
Como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro
Na falta de absinto
Eu sinto tanto, eu sinto muito, eu nada sinto
como dizia Madalena, replicando os fariseus
Quem dá aos pobres empresta
(a)Deus."

AAAAAAAMÉM.


Saturday, March 15, 2008

Olho para a folha. Branquinha. Com tantas linhas. Para quê tanto, se meu cérebro já não é capaz de processar emoções? Sinto um sufoco interior claustrofóbico por si só; e já não me sinto guiada pela euforia de soltar tinta da caneta até arrancar sensações das mais variadas espécies.
Sinto-me à beira de uma insensatez imunda. "É fato" que o mundo corre por direções estranhas; tanto é que chegamos a nos assustar, como se fôssemos fantasmas diante do espelho. Há quem diga que tenho uma insanidade patológica; e é então que meu peito se rasga com a idéia de que preciso ser medíocre ocasionalmente, se não quiser ser discriminada e apontada como "louca". Sei que tenho pensamentos desconexos, mas quem não os têm? "Dou a cara a tapa", mostro o que sinto, o que penso. E será isso tão ruim? Talvez implique desgaste (a "força" que as outras pessoas precisam para buscar a compreensão nas contrariedades humanas).

Ontem eu a vi, no meio da lama; aquele rosto tão bonito que fez presença no meu sonho do dia anterior. Treze de março. Lembrei de uma cartinha, e de uma frase que começava "quando tivermos 18 anos..."
Esses não tardaram. Nossa proximidade nos distanciou. E hoje sei que a culpa sempre foi minha. Crucifiquei-a por atitudes que vim a repetir mais tarde. É tanto sentimento emaranhado brigando em minhas lembranças, que não sei definir o que se passou dentro de mim e me fez destruir uma amizade que carregava anos de dedicação. Não sei se ela me perdoaria, nem ao menos posso imaginar uma conversa com ela. E isso me machuca; talvez seja este o preço.
Eu ando inconseqüente, buscando alento no que me ludibria. Não adianta. As pessoas envolvem-se em prazeres (maldito hedonismo), e sentem a pseudo idéia de satisfação, como no sexo, como em uma bebida, uma droga, um beijo. Mas no fim, seja de uma noite ou de uma vida enfim, terminaremos SOZINHOS.



Segunda eu fico mais velhinha!!!



Ritinha, sei que você é minha única leitora...
Sei que preciso dividir sentimentos com alguém...
Eu não escreveria se não tivesse alguém para ler!
E acho que não viveria se não tivesse a quem amar...
Eu amo você!
Fiquei absolutamente feliz quando te vi... Que não queria te largar mais!
Eu agradeço muito sua amizade...
Suas tentativas de me entender...
Até quando trilho caminhos errados... Querendo que meus problemas virem "fumaça"...
Você é importante... Especial! Meu abrigo... Minha Rita... Baiana sou eu! Hhuahhauhuahua, e eu sabiiia que você ia chamar meu dread de baiano! =]
Linda...
Não some nunca, promete!?

Saturday, March 08, 2008

EU, ROBÔA

Já pensou você vir ao mundo programado? Perfeitamente direcionado às suas tarefas? Executando com precisão suas ações?
Que Universo seria o seu?
O "sentir" não atrapalharia o desempenho. O "coração" não lhe faria perder tardes de sábado, com palavras e euforia, a querer poetizar a simples respiração.
Seria tudo estável, cinza e cheirando à escritório. O fim seria o enferrujar "em fogo baixo", até que ocorresse falência múltipla dos segmentos. E você cairia ao chão, e seria escravo da inexistência eterna. Pior: ninguém choraria sua morte.

Seria melhor assim, meu querido progenitor?

Aquele tapa fez todo o meu sangue ferver, a ponto de transbordar pelo chão da cozinha. Mas me calei, nos calamos; desde segunda-feira. Somos humanos, e o engraçado é que temos as mesmas falhas, como minha mãe dizia no mesmo dia à mesa do café: "Não adianta você querer consertar essas coisas nela; ela puxou a você!"
Sei que nosso amor e ligação são imensos. Que sejam perdoadas nossa agressividade desnecessária, e nossa dificuldade de lidar com impulsos e sentimentos. Vamos ficar sem trocar palavras até quando? Não precisamos disso!

Eu ando tão ansiosa e confusa, que já não sei nem mesmo a diferença entre um BO e um OB!

E agora, vivo numa geladeira isolada do mundo com uma loira e um homem. Tá sendo legal!