Monday, February 18, 2008

Fim...

Eu já sei onde acabam todos os caminhos...
e onde começam as lágrimas.
A esperança brinca saudavelmente em uma bicicleta, pra depois bater a cabeça na sarjeta...
será que se o sr. estivesse aqui comigo seria diferente, vô?!
não sei, quando a mãe acordou incrédula contanto que tinha sonhado contigo, não senti tristeza, nem vontade de chorar; porque eu não sei como nos relacionaríamos hoje. Acho que não seria tão bonito, quanto um passeio em uma praça no seu cangote (que é minha única recordação). Eu cresci e me revcoltei, virei um monstro. Acho que a gente iria brigar tanto... Ou eu aprenderia a ser mais humana com seu amor?! Não sei, mas não fiquei abalada... Não sei qual o seu cheiro, não sei mais o que é um abraço seu. E o seu carinho que todos pintam como imenso... talvez só fosse me deixar um pouco mais mal acostumada com essa vida de sofrimento.
Desejo de todo meu coração que o sr. esteja em paz.
Eu também queria estar assim...
Isso aqui na terra não é vida, não!
Isso tudo é mais fétido que a morte.
As pessoas inventam alegrias pra "mascarar" a face cruel do existir.
Alguns usam o poder que consquistam, para se sentirem superiores e menos angustiados.
Alguns desejam, simplesmente pelo prazer de desejar; o objeto em si carrega uma pequena fração de importância.
Alguns procuram fins, para justificar os meios.
E eu que já não quero nenhum meio, escolho o fim.

Sunday, February 17, 2008

Excertos de "Quem ama não adoece" - Dr. Marco Aurélio Dias da Silva

A angústia dos primeiros anos

"[...] A explosão inegavelmente violenta do aconchego do útero materno constitui nosso grande e primeiro trauma. Há quem tenha dito - e provavelmente está correto - que temeríamos mais o nascimento que a morte, se dele tivéssemos consciência.
Para Melanie Klein, a dolorosa experiência do nascimento tem o efeito de conferir ao mundo externo um aspecto hostil e de voltar contra ele, e tudo que o intriga (inclusive o seio materno, de fato o mais importante e primeiro objeto externo), os instintos de defesa e destruição do bebê. O sofrimento (angústia) criado por essa ambivalência - necessitar (amar) o seio materno e querer destruí-lo (odiar), ao lado do temor da perda, pela consciência de sua necessidade vital - será certamente a raiz maior de nossa insegurança, de nossos medos, da luta, que desde então se instala em nosso interior, entre os instintos da vida e da morte.
[...] Por volta do 8º mês de vida, no entanto, o grau de maturidade do sistema nervoso começa a possibilitar ao bebê a percepção do mundo externo como algo separado de si próprio. Por conseguinte, dá-se o estabelecimento de vínculos afetivos, entre eles o reconhecimento da figura materna como fonte de satisfação e segurança. Mas, se por um lado há esse reconhecimento, por outro se instala também, no espírito do bebê, a consciência de que a mãe - ou quem lhe faça as vezes - é um outro ser - separado dele.
A descoberta dessa separação, dizem os psicanalistas, provoca no bebê uma sensação de perda e frustração, traduzida em angústia e dor psíquica. A tal frustração, que seria universal, dão os psicanalistas o nome de "angústia de separação". Instala-se a partir daí uma sensação de desamparo e insegurança que nos acompanhará por toda a vida, gerando uma necessidade vital de aconchego, carinho e amor que passam a constituir - mesmo que nem todos tenham consciência disso - a principal aspiração de nossa vida e uma condição indispensável para a felicidade e a saúde.
Do que foi exposto, creio ter ficado claro ao leitor que da angústia de separação todos padecemos, bem como de suas conseqüências. O que seria "normal" e universal complica-se, no entanto, quando a dor psíquica por ela gerada ultrapassa a capacidade da estrutura emocional da criança de absorvê-la e com ela conviver. Isso pode ocorrer, seja porque o bebê tem sua estrutura emocional mais frágil por determinantes genéticos, independendo pois do grau de zelo e amor maternos, seja por real ausência, inadequação ou incapacidade da mãe (ou de quem lhe faça as vezes) de transmitir presença, afeto e segurança.
Para fazer face a esse nível intolerável de angústia, a criança reage desenvolvendo um conceito grandioso e hipertrofiado de si mesmo ou uma imagem idealizada de perfeição absoluta. Em quaisquer dessas hipóteses, ressalta Sampaio "o que vai marcar essa personalidade será a impossibilidade de estabelecer qualquer tipo de relação em que veja o outro que não a si próprio." Será, pois, uma personalidade 'narcisista', com grandes dificuldades de estabelcer vínculos afetivos, voltada para si mesma e, paradoxalmente, bastante insegura quanto ao próprio valor.
A "angústia da separação", não é, contudo, a causa única dessa insegurança. A partir dela, isto é, a partir do momento em que a criança vai tomando conta de que o mundo não se concentra nela mesma e vai tomando contato com os outros, começa também o caminho de seu crescimento e desenvolvimento como pessoa. Lógico que as peculiaridades e potencialidades individuais, ligadas ao padrão genético de cada um, serão importantes. Mas, em meu modo de ver, de importância maior será a influência do contato com os adultos que cercam a criança [...]"


O medo da felicidade

"[...] Algo parecido, já dissemos acima, ocorre com o bebê em relação ao seio materno: tanto dele necessita, tanto teme perdê-lo, que chega a lhe ser hostil por reconhecer seu poder de causar-lhe sofrimento. Gikovate descreve esse medo como uma "sensação de iminência de catástrofe que sempre acompanha nossos momentos mais felizes." [...] É como se, no fundo, não nos julgássemos merecedores daquela felicidade. Ou seja, não conseguimos vivenciá-la sem culpa, mesmo que uma culpa inconsciente. E vivida com esse sentimento de culpa, a felicidade se esvai, não existe.
[...] a felicidade seria pura e simplesmente a ausência de sofrimento. Lembro, a esse respeito, a citação de Goethe, segundo a qual "nada nos é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos."
[...] Essa relação que tento estabelecer - entre felicidade e morte - já foi notada por outros autores e fica bem evidente na expressão "podia morrer agora" que muitas vezes empregamos nos momentos felizes. Talvez quem melhor resumiu a ambivalência e a angústia que a felicidade pode provocar tenha sido o pensador espanhol Julian Marías, quando disse que "a felicidade é extremamente vulnerável. Ela é um risco, e só como risco deve ser assumida."

Wednesday, February 13, 2008

Tremulamente estável

Meu bolo fumegante se movia com os tentáculos do Davy Jones.

Um cheiro me deixou completamente entorpecida...
Que delirante é realmente cultivar afeto por alguém!

Sozinha eu penso... Cadê eu?
Cadê?
O que
será
de
mim?
onde vou
me
encontrar
e
sentir
um encaixe
entre
meu corpo
e minha
alma?

Preciso destruir o quê mais amo?

Tuesday, February 05, 2008

Ca ÓTICA - veja só!

Pessoas certinhas; coisas diferentes; sentimentos de orgulho pelo sofrimento passado; o lado dark da bíblia; ciúme (que tento controlar ao máximo, contornando meus pensamentos, dizendo "não é bem assim"... "veja bem" ... "leve isso em consideração"); o comportamento humano analisado em um confinamento; stress; um livro que em poucas páginas me ensinou porque temos tanta necessidade de receber afeto; o nascimento; a reprodução; a vida; o trabalho; o ser humano moderno longe da tecnologia; o medo; a dúvida; a esperança; o egoísmo; o exibicionismo; relacionamentos; pesadelos; sentimentos desfeitos; morte...

tanto pensei...
tanto pude aprender.
mas ainda vivo alienada...
buscando acalento em pensamentos, na memória de momentos que elevaram meu ego... egoísmo! Narcisismo... eu também soube tudo o que precisava saber sobre isso, e onde exatamente me encaixo nessa questão!
Eu vou levar ainda muitos posts pra dizer tudo o que quero... e organizar as idéias.
Por enquanto ainda sou parte do ontem:
Lama... Água... Chuva... Problemas... Estrada.
Tudo... Foi loucura!
Mas a mais louca aventura foi ter me perdido dentro de mim.
Tá difícil de agüentar. Por vezes dá pra me tapear... Por outras, desisto de mim. Tá foda!