"E quando amanhecer
Eu quero estar aqui
Do teu lado
Mesmo até depois do instante
Em que tudo parar". (Lobão)
Apoiaste teus afetos em tantas histórias, fizeste de tantos seios teu recosto, amaste de todo corpo e amor mulheres de encanto.
Hoje, quem acorda ao teu lado, não mais menina, sou eu. E ouço tuas bobagens tão atuais, teu falar em balbucio, quase o silenciar das primeiras frases do dia.
Sorrio embaraçada, vejo teu rosto iluminado pela luz e lembro de outros sóis de minha infância. Volto a percorrer-te, eu sei, parece estranho ver-te tão próximo, e assim... com esse ar ostensivo. Tão claro, declaro nosso amor. Agora e sempre, como já era antes. Só faltava saber. Eu sei... Somos partes do mesmo todo.
Saturday, June 19, 2010
Monday, March 01, 2010
Sangue Morto nas Veias
E encontrei, em meio ao coração perdido tão boas lembranças...
O tempo que a gente sentava para escrever.
Era tão inspirador.
Sinto muito que nossos rumos tenham se arranhado, se machucado tanto.
Se pudesse, eternizaria o que houve de bonito.
E se tivesse todo o poder, talvez fizesse continuar.
"Não posso dizer
que você me dá palavras
Palavras são frágeis
Débeis, incoerentes
Nem sempre corretamente
Grafadas
Alimentam-se de desespero
De euforia
De necessidade de registrar
E perdem, tristemente
Sozinhas
No vazio de uma página
Todo o sentido de estar
Para quê essas perninhas,
tracinhos de tinta?
São pequenas
Perdem-se
Mesmo que ambiciosas
Rebuscadas
Finas, enfeitadas
Bonito é o que se demora
E não se pode captar
São olhos negros
A me percorrer
São luzes cintilantes
Ainda que pequenas,
dotadas de êxtase
São esses olhos
Ruas-sem-saída
O fundo da caixa
Um escuro que ilumina
As passagens do espírito
São esses olhos
Que namoram os meus
Tão frágeis
Feito palavras
Esquecidos nos seus."
(Olhar, 07/2008, para C.)
O tempo que a gente sentava para escrever.
Era tão inspirador.
Sinto muito que nossos rumos tenham se arranhado, se machucado tanto.
Se pudesse, eternizaria o que houve de bonito.
E se tivesse todo o poder, talvez fizesse continuar.
"Não posso dizer
que você me dá palavras
Palavras são frágeis
Débeis, incoerentes
Nem sempre corretamente
Grafadas
Alimentam-se de desespero
De euforia
De necessidade de registrar
E perdem, tristemente
Sozinhas
No vazio de uma página
Todo o sentido de estar
Para quê essas perninhas,
tracinhos de tinta?
São pequenas
Perdem-se
Mesmo que ambiciosas
Rebuscadas
Finas, enfeitadas
Bonito é o que se demora
E não se pode captar
São olhos negros
A me percorrer
São luzes cintilantes
Ainda que pequenas,
dotadas de êxtase
São esses olhos
Ruas-sem-saída
O fundo da caixa
Um escuro que ilumina
As passagens do espírito
São esses olhos
Que namoram os meus
Tão frágeis
Feito palavras
Esquecidos nos seus."
(Olhar, 07/2008, para C.)
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